Você e sua parceria viviam juntos em casa e no trabalho, compartilhando da mesma rotina, até que… o amor termina, mas os compromissos profissionais continuam. E aí, como lidar para não descontar as frustrações nem comprometer a convivência?
Se você já passou por isso ou não quer nem se imaginar nesse tipo de situação, a psicóloga Larissa Fonseca conta à CLAUDIA a melhor forma de agir, em cinco passos:
1. Separe pessoal de profissional
O principal desafio é separar a pessoa que você amava do profissional que seguirá fazendo parte de sua vida durante o expediente. A personalidade do (a) ex e as lembranças do passado afetivo não podem influenciar suas ações.
“Normalmente, os términos envolvem emoções mal resolvidas, mágoas, ressentimentos e decepções que podem interferir diretamente na clareza das decisões, na abordagem profissional, na própria produtividade e desmotivação. O cérebro ativa memórias desencadeadoras de respostas físicas e emocionais ao se deparar com a presença do ex, o que dificulta manter a neutralidade”, explica.
Quando um dos dois ocupa um cargo de liderança, há mais probabilidades de conflitos relacionados à autoridade ou até retaliação inconsciente, como rejeitar tudo o que o outro sugere ou afastá-lo de atividades. Em estruturas hierárquicas rígidas ou empresas menores, onde há mais proximidade entre os colaboradores, o impacto é maior. Já em empresas maiores, com setores distintos, há mais espaço para se distanciar-se e minimizar o contato.
“Trabalhar com o ex exige inteligência emocional, maturidade e clareza de limites. Seria fundamental evitar relações no trabalho ou, após um término, esforçar-se para evitar o ex. A oscilação entre afastamento emocional e proximidade física pode gerar um estado de alerta contínuo e desgaste psicológico”, indica Larissa.
2. Reconheça os efeitos no trabalho
É possível que, nos primeiros dias ou semanas, você sinta queda na produtividade, motivação, sentimento de injustiça ou uma tensão generalizada. “Há um sentimento de angústia ou ansiedade antes de ir ao trabalho. Se você tem insônia, pensamentos ruminantes ou alterações de humor relacionadas ao convívio com o ex, é hora de acender o alerta”.
Entre os efeitos que essa convivência pode causar, estão:
- Dificuldade em se concentrar;
- Perda de prazer no ambiente profissional;
- Sentimento de esgotamento constante;
- Conflitos;
- Indiretas;
- Evitação de tarefas conjuntas;
- Sabotagem da presença ou das atividades do ex;
- Comportamentos que afetem a entrega profissional.
3. Lide com suas emoções
Cada pessoa tem um tempo para a “digestão emocional” do término, que pode nunca acontecer, mesmo que ambos tenham sentido que não era mais o momento de continuarem juntos.
“O momento ideal seria terminar antes do fim, antes do desgaste, antes de qualquer aversão à pessoa. Quando ainda há mágoa, expectativa de reconciliação ou sentimento de posse, o ambiente profissional se torna um campo de batalha emocional”, alerta.
Mas não precisa ser assim, e o ex-casal pode se tornar amigo. “A convivência pode ser leve, com boa comunicação, ainda mais se os dois já tinham trabalhado bem em equipe antes do relacionamento”.
4. Mantenha o profissionalismo

Relacionamento terminado, é preciso redirecionar o foco pessoal para as metas profissionais e entregas de trabalho, evitando conversas pessoais no ambiente profissional.
“Seja positiva e se esforce para ser neutra, sem piadas, comunicação com feedbacks claros e manter uma convivência cordial. Qualquer ponto a ser alinhado ou resolvido na relação deve ser fora da empresa. Uma dica é entrar em um horário mais cedo e focar nesta primeira hora para organizar o dia com atenção e objetividade”, recomenda a psicóloga.
5. Avalie se é hora de mudar de emprego
É importante reconhecer se o desgaste emocional e o sofrimento diário superam os ganhos profissionais. Em outras palavras, ainda vale a pena para você estar ali?
“Quando há respeito, é possível transformar uma situação delicada em uma experiência de crescimento. Quando o ambiente e o convívio afetam a produtividade, mudar de departamento ou de empresa é uma forma de autopreservação”.
A própria empresa pode ajudar a passar por essa fase, aponta Larissa. “A liderança precisa estar preparada para mediar conflitos e evitar favorecimentos ou punições veladas. Gestores e RHs poderiam oferecer a mediação de conflitos, lembrando que questões pessoais devem ser tratadas fora da empresa”.
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