A temporada de shows e festivais de música está chegando. E nos palcas, não são apenas os grandes artistas que brilham: os figurinos também chamam a atenção do público e deixam o espetáculo ainda mais grandioso. Não à toa, estilistas e figurinistas passam meses a fio criando looks icônicos e que entrem para a história da moda. E uma brasileira vem se destacando cada vez nessa área! 

A estilista Mayari Jubini, da grife Artemisi, já criou looks para cantoras como Katy Perry, Demi Lovato e Anitta. O  top borboleta usado por Kate virou febre entre os fashionistas! Nesta entrevista, Mayari fala sobre seu trabalho e as novidades para 2025. 

Suas peças são usadas por personalidades importantes do meio artístico. Como chegou até elas  e como é ter seu trabalho reconhecido em um meio tão importante?

Foi um processo muito orgânico. Eu nunca tive assessoria ou contatos dentro da indústria. Foi o meu trabalho que chegou até essas pessoas. Ver Katy Perry, Demi Lovato, Anitta, Julia Fox e tantas outras vestindo minhas criações e voltando a procurá-las depois, foi uma validação imensa. Isso prova que, quando a arte é autêntica, ela encontra seu caminho. Hoje, meu contato circula por aí e chega até celebridades que eu nem imaginava… 

FOTO: Divulgação/Johnny Moraes

Como é ser a queridinha de personalidades famosas internacionais? Tem alguém que você destaca como superimportante nesta caminhada?

É uma sensação incrível, cada pessoa que veste Artemisi contribui para essa história, mas a Demi Lovato e a Katy Perry foram marcos. Ter sido escolhida com tantas opções ao redor do mundo foi um divisor de águas. A Demi Lovato já usou quatro looks da Artemisi, dois ela repetiu em vários momentos da turnê e dá para ver que ela se conectou com essas peças. Ela contou que eles foram seus looks favoritos, destacando isso publicamente. Ela usou Artemisi nos shows do Rock in Rio e da Times Square. 

Dos artistas que você vestiu, tem alguma peça marcante para você, como estilista?

Muitas, como as primeiras sob medida que fiz pra Demi ou quando a Julia Fox comprou duas peças impressas em 3D. O top de borboleta da Katy Perry é uma peça muito característica da Artemisi, um trabalho que unimos a alta moda com tecnologia de uma forma pura. 

Quando vejo a sua coleção, percebo mulheres fortes, determinadas. Quais suas referências na hora de “construir” as mulheres de Artemisi?

A mulher que veste Artemisi é forte, autêntica, intensa, comandam seus desejos e rompem padrões para trazer um novo diálogo. Cada peça transmite essa força disruptiva, seja na estrutura, nas sobreposições, nos materiais inovadores ou na forma como interage com o corpo e o espaço ao seu redor. Eu acho que as mulheres da Artemisi também são um reflexo de quem eu tive que ser, de como tive que construir essa força dentro de mim para empreender em um cenário desfavorável, para ser estilista e conseguir ultrapassar as milhares de barreiras que surgiam no meu caminho. Tive que aprender muito e ousar para conquistar tudo o que conquistei. E isso reflete diretamente na marca. Minhas referências também tem outras múltiplas camadas na arte, cinema e literatura.

FOTO: Divulgação/ Marcelo Soubhia/@agfotosite

A inteligência artificial tem sido muito utilizada por estilistas. O quanto ela te ajuda no processo de pesquisa e construção das peças?

A criação para mim é algo muito pessoal e íntimo, e é um trabalho emocional. Coloco ali todas as minhas referências de vida, tudo o que amei, o que assisti, o que li, mas de forma única e própria. A inteligência artificial pode agregar em outros aspectos, mas não na criação em si. Eu prefiro seguir com o que é humano, com o que é feito à mão, que traz o toque e a alma da criação. A tecnologia pode ser muito interessante, mas o meu processo criativo é genuinamente íntimo e humano.

Suas coleções contam sempre com muita tecnologia de tecidos, processos e materiais. Onde encontra essas novidades?

Sou completamente obcecada por inovação. Estou sempre estudando novos materiais, buscando parcerias com pesquisadores e testando coisas que ainda não são usadas na moda. A impressão 3D, por exemplo, foi algo que tivemos que desenvolver do zero para que fizesse sentido dentro da ergonomia do corpo humano. Esses conceitos também estão presentes na minha última coleção, que trouxe corsets que combinam o manual e a tecnologia, com mais de 15 mil pedras bordadas, aplicações de ilhoses e tachas, criando uma experiência sensorial única, sugerindo um mundo distópico. Acho que esse corset reinventado, que aparece em muitos looks, seja feito à mão ou impresso, transmite uma mensagem completamente diferente no espaço-tempo. Hoje, essa peça traz uma conotação de poder, de futurismo e quase uma inacessibilidade.

FOTO: Divulgação/Zé Takahashi /@agfotosite

A temporada de festivais está começando. Tem alguma novidade que vem por aí? 

Algumas parcerias internacionais estão a caminho. Vou adiantar que a Victória Monet comprou uma das nossas peças, mas não vou dar detalhes ainda. E tem nomes enormes que já encomendaram peças. Ver a Artemisi ser tão desejada é muito gratificante, porque cada peça demanda muitos meses de trabalho, e tudo é pensado para ser único e autêntico.

Quais os próximos passos da Artemisi e o que planeja para o futuro?

A Artemisi tem muito a crescer. Quero expandir a marca internacionalmente e explorar novos formatos além da moda, como experiências imersivas que envolvam tecnologia, arte e design. O futuro da moda não é apenas sobre roupa, é sobre criar universos, novas formas de existir.

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POR Mariana Gallo
FOTOS: Divulgação/Zé Takahashi/@agfotosite, Divulgação/Johnny Moraes e Divulgação/ Marcelo Soubhia/@agfotosite

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