Que tal aproveitar a música nordestina durante o Carnaval? É essa a proposta do Bloco Forrozin, liderado por Mariana Aydar. A cantora é um dos destaques do Carnaval Pipoca, que criou uma programação que vai do dia 22 de fevereiro até o dia 8 de março na capital paulista.
Conhecida por sua forte ligação com a música brasileira, a compositora cresceu em um ambiente musical – é filha de Mário Manga, integrante do grupo Premeditando o Breque, e Bia Aydar, produtora de artistas brasileiros renomados, como Luiz Gonzaga.
Com uma sonoridade moderna e influências que vão do baião ao pop, ela conquistou espaço no cenário nacional e internacional, sendo premiada no Grammy Latino e elogiada por sua autenticidade.
Abaixo, confira a entrevista completa com Mariana Aydar:
CLAUDIA: Quando começou a sua relação com o forró?
Eu venho de uma família de músicos. Meu pai é músico e minha mãe foi produtora e empresária de vários artistas, entre eles Luiz Gonzaga. Ou seja, tive essa grande sorte de conhecê-lo ainda muito nova, quando tinha uns 6 anos. Fiquei muito impressionada com aquela figura tão amada, que até me deu uma boneca de presente, e passei a ouvir o que ele fazia.
Depois, quando estava na faculdade, chegou aquele movimento do forró universitário em São Paulo. Lembro que fugia de casa para dançar e participava das festas de segunda a segunda. Eu estudava violoncelo e tocava em orquestra, mas larguei ele pelo triângulo. A hora que o forró chegou, não queria saber de mais nada.
CLAUDIA: Além de ser uma música divertida, o que ela significa para o Brasil?
Ele é um dos grandes pilares da música brasileira. Se você ouvir outros ritmos, muitos passam por ali porque ele é uma base sólida. Outro ponto importante é que ele é, sim, alegre. Mas também consegue falar de coisas muito tristes ou muito importantes de um jeito irreverente. Ele tem esse blues parecido com o samba.
CLAUDIA: Sinto que as canções falam de sentimentos complexos, de uma forma muito simples. Você percebe isso também?
Sim. Ele tem a sabedoria da simplicidade. Às vezes fala aquilo que a gente sente e não sabe expressar de uma maneira muito pura, ingênua.
CLAUDIA: As mulheres ainda estão à margem das bandas de forró?
Esse ainda é um ambiente muito masculino. Consequentemente, muito machista – um reflexo disso são as letras escritas há 40 anos atrás. Mas sinto que as coisas estão mudando. Tivemos mulheres muito importantes para o forró que também foram pioneiras, como Elba Ramalho, por exemplo, que ressalta o desejo da mulher e as tirou da posição de ser só a florzinha do baile.
Janaína Pereira também colocou a mulher em um espaço empoderado da dança. Como elas, há muitas cantoras que abriram o caminho para transformar o cenário.

CLAUDIA: É uma prioridade trazer essa narrativa para o seu trabalho?
Isso foi o que norteou o álbum Veia a Nordestina. Isso porque enfrentei muita dificuldade para achar no repertório de forró as músicas que traduziam o que eu queria falar. Compus Boy Lixo, que fala sobre um abusador. Mas de um jeito irônico e engraçado. Apesar de simples, as músicas têm um teor político e assuntos que a gente precisa parar para refletir.
CLAUDIA: Esse ano você vai participar do Carnaval Pipoca, em São Paulo. O que você espera desse bloco?
O Forrozin foi criado para ser um bloco de carnaval que reverencia a música nordestina em todas as vertentes. Ele sempre foi bem aceito – lembrando que São Paulo é o lugar com mais nordestinos fora do Nordeste. Nesse ano vamos dividir o dia com o mestre Alceu Valença, no Parque Ibirapuera, e isso me deixa muito feliz. Vai ser nosso primeiro ano nesse lugar icônico, maravilhoso.
CLAUDIA: Qual é a sua melhor memória do Carnaval?
Foi em Salvador, onde passei muitos carnavais quando era adolescente. E uma das melhores memórias é pulando na pipoca atrás do trio elétrico da Daniela Mercury, que é uma grande referência para mim. Quando vi uma cantora pela primeira vez puxando um trio elétrico e movimentando tantas pessoas foi uma sensação incrível e isso me emociona demais até hoje.

Programação – Carnaval Pipoca 2025
Dia 22/02, sábado
Forrozin, com Mariana Aydar
Horário da concentração: 11 horas
Horário do desfile: das 12 às 15 horas
Horário da dispersão: 15 horas
Endereço da concentração: Avenida Pedro Álvares Cabral, altura do Obelisco
Bicho Maluco Beleza, com Alceu Valença
Horário da concentração: 14 horas
Horário do desfile: das 15 às 18 horas
Horário da dispersão: 18 horas
Endereço da concentração: Av. Pedro Álvares Cabral, altura do Obelisco
Dia 23/02, domingo
Bloco do Sargento Pimenta
Horário da concentração: 11 horas
Horário do desfile: das 12 às 15 horas
Horário da dispersão: 15 horas
Endereço da concentração: Avenida Pedro Álvares Cabral, altura do Obelisco
Monobloco
Horário da concentração: 14 horas
Horário do desfile: das 15 às 18 horas
Horário da dispersão: 18 horas
Endereço da concentração: Avenida Pedro Álvares Cabral, altura do Obelisco
Dia 8/03, sábado
BaianaSystem
Horário da concentração: 14 horas
Horário do desfile: das 15 às 18 horas
Horário da dispersão: 18 horas
Endereço da concentração: Avenida Pedro Álvares Cabral, altura do Obelisco
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