‘Cem Anos de Solidão’, série da Netflix, quase não existiu; entenda o motivo

Nesta quarta-feira (11), chega ao catálogo da Netflix a série baseada na obra de Gabriel García Márquez, Cem Anos de Solidão. Com oito episódios, a produção é dirigida por Laura Mora Ortega e Alex García López.

Publicado em 1967, o livro é considerado um dos mais importantes da literatura latino-americana, chegando a vencer o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Abaixo, selecionamos 5 curiosidades sobre a obra. Confira:

1. Rasgou o primeiro exemplar 

Em 1967, o próprio autor rasgou o primeiro exemplar impresso, e poucos documentos se salvaram da destruição. Um deles foi a cópia das provas de impressão e, sobre elas, García anotou 1.026 correções, o que fez com que muitos personagens ganhassem nuances adicionais. Márquez nunca devolveu as provas de impressão à editora, apenas enviou as correções à parte.

Caso o autor não tivesse persistido após rasgar o primeiro exemplar da obra, jamais teríamos a já aclamada adaptação da Netflix. 

2. O envio do livro

Em agosto de 1966, Gabo, como era conhecido, foi até o correio de San Angel, na cidade do México, para enviar o manuscrito do livro. Porém, a falta de dinheiro fez com que ele dividisse o livro pela metade e enviasse apenas uma delas a Buenos Aires. Assim, uma máquina de escrever portátil, um aquecedor e uma batedeira foram vendidos para enviar o resto e, nesse momento, Márquez percebeu que havia enviado as páginas finais antes das iniciais. 

3. Origem

A ideia da obra surgiu em uma viagem de férias para Arataca, pois a família desejava vender a casa antiga após o falecimento da avó. Na volta, enquanto Gabriel dormia no ônibus, indo para a cidade do México, surgiu a inspiração para a primeira versão do texto, com vivências adaptadas de sua infância e juventude.

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4. Relação com a realidade

Alguns acontecimentos do romance têm como base fatos reais. Nos anos de 1928 e 1929, centenas de trabalhadores de plantação de banana entraram em greve na Colômbia, o que resultou em diversos mortos. No romance, a realidade é retratada de forma distorcida e com detalhes apagados da memória coletiva, e o autor discute sobre a batalha entre conservadores e liberais.

Além disso, a Guerra dos Mil Dias, que resultou na separação do Panamá, também inspirou Cem Anos de Solidão. A personagem de Aureliano Buendía é inspirada no General Rafael Uribe. 

5. Vida pessoal

Gabriel García Márquez utilizou memórias de sua própria vida para compor o livro. Sua avó, Tranquilina Iguarán, contribuiu para a construção de Úrsula. Ela era uma senhora religiosa que acreditava que fantasmas habitavam sua casa, e tinha catarata. 

Outras conexões são: Tranquilina achava que um engenheiro que visitava a família estava rodeado por borboletas e que meninas podiam ser levadas enquanto estendiam a roupa. Essas histórias serviram de inspiração para criar Mauricio Babilônia e Remédios, a Bela. 

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Por fim, o autor tinha um grupo de amigos similar aos de Aureliano Babilônia. O escritor também viveu na Europa, o que possivelmente influenciou o hábito viajante de suas personagens. 

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