O HPV é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum do mundo, e pode afetar tanto homens quanto mulheres. A transmissão, em sua maioria, ocorre por meio do sexo, mas pode acontecer pelo contato direto com a pele ou mucosa infectadas. No entanto, mesmo sendo extremamente comum, a doença ainda é cercada por inúmeros tabus e desinformações. A seguir, nós compilamos os principais mitos e verdades sobre o papilomavírus humano:
Vacina contra o HPV causa reações graves?
A vacina é segura e, como qualquer outra, pode causar reações leves, como dor no local e febre baixa.
Somente mulheres devem tomar a vacina do HPV?
A vacinação é recomendada para homens e mulheres. “Além de serem portadores do vírus para suas parcerias, os homens também podem desenvolver lesões precursoras do câncer”, destaca.
Quem já foi infectado não precisa da vacina?
Mesmo que já tenha sido infectado, o paciente deve tomar o imunizante a fim de prevenir infecções futuras por outro tipo de HPV.
O imunizante é eficaz apenas em crianças e adolescentes?
Jovens e adultos de até 45 anos ainda podem estar suscetíveis a infecções.
A vacinação incentiva o início da atividade sexual?
O ato de se vacinar não tem nenhuma relação com o incentivo à atividade sexual. A falta de evidências sobre o assunto enfatiza a importância da vacinação para prevenções futuras.
A vacinação do HPV causa infertilidade?
O HPV, em geral, não afeta a fertilidade. Entretanto, alguns tratamentos sobre o colo do útero (necessário em certos casos) podem levar à dificuldade em manter a gestação, uma vez que o colo é responsável por manter o bebê no útero”, diz.
HPV causa câncer?
Nem todos. Os tipos mais comuns relacionados à doença são os 16 e o 18.
Usar preservativo evita totalmente o contágio?
Embora o uso da camisinha seja recomendado, ela não oferece proteção completa contra o HPV, pois o vírus pode estar em áreas não cobertas. Mesmo assim, a utilização é essencial para reduzir os riscos de transmissão.
“O preservativo é fundamental para a proteção contra várias infecções de transmissão sexual. Porém, no caso do HPV, ele não protege o genital externo masculino (escroto) e feminino (vulva). Portanto, sua proteção é limitada”, informa a ginecologista Marcia Terra Cardial.
A vacina protege contra todos os tipos de HPV
A vacina disponibilizada no Brasil oferece proteção somente contra os vírus 6, 11, 16 e 18. “São mais de 200 tipos virais e 40 que atingem o genital. Apesar de não proteger contra todos, é eficaz em combater os tipos mais frequentes e perigosos”, enfatiza.
Depois de vacinado, não há a necessidade de realizar exames de Papanicolau?
O exame de Papanicolau é usado para detectar mudanças celulares no colo do útero. Realizá-lo de forma regular é fundamental para a saúde da mulher. “As mulheres que têm HPV podem eliminar espontaneamente o vírus ou serem tratadas e nunca desenvolverem o câncer. Em outros casos podem desenvolver o câncer”, informa Marcia.
Não tenho histórico familiar. Logo, não devo me preocupar.
Você ainda pode estar em risco mesmo que ninguém da sua família tenha sido diagnosticado com a doença, pois ela não envolve questões hereditárias.
Apenas pessoas sexualmente ativas precisam da vacina?
A vacina oferece melhores resultados se for administrada antes da exposição ao HPV.
Toda verruga é um sinal negativo?
As verrugas genitais são quase sempre benignas e, na maioria dos casos, não levam ao câncer.
Tipos de HPV
De acordo com a doutora Marcia Terra Cardial, ginecologista e presidente da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia, o HPV possui mais de 200 subtipos. Os de baixo risco podem causar verrugas nos genitais, ânus, colo do útero e vagina. Já os de alto risco têm maior probabilidade de estarem associados a lesões pré-cancerígenas.
“A transmissão do HPV acontece por contato pele a pele e pele e mucosa. Portanto, não necessariamente o contato precisa ser sexual. Há casos de auto contaminação e há casos de reativação de uma infecção antiga”, diz a profissional.
Em muitos casos, o HPV não apresenta sintomas. Os sinais aparecem de dois a oito meses após o contato, com lesões nas áreas anteriormente citadas. Porém, é possível que a manifestação surja somente após anos.
Marcia declara: “Há duas formas mais comuns de aparecimento: verrugas, que são visíveis externamente e causadas por tipos virais não oncogênicos; e lesões não visíveis, que aparecem como alterações no papanicolau ou mesmo no teste HPV”.
O principal método de prevenção é a vacinação, que pode ser feita a partir dos 9 anos (para meninas) e 11 anos (para meninos), e possui doses disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) até os 14 anos (ambos).
Responsável pela maioria dos casos de câncer de colo de útero, o vírus também pode causar câncer de ânus, pênis, vagina, vulva e orofaringe. A doutora esclarece: “O HPV se relaciona a 99% dos cânceres de colo de útero, 90% dos cânceres de vagina e ânus, 30-40% dos cânceres de vulva e orofaringe”.
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