As Advogadas de Rola aparecem sempre por livre e espontânea vontade. Não precisam ser chamadas. Basta um post, uma linha, uma vírgula que mencione a atitude dos homens — lá estão elas.
A mulher pode ter sido violentada. A Advogada de Rola perguntará o que ela estava vestindo.
Você pode comentar que os homens estão se enfeiando, sem cuidados básicos. A Advogada de Rola rebate: “Mas será que você não é a feia? Será que você é interessante?”
Ninguém sabe de onde vieram, por que vieram ou o que comem. Mas elas estão em toda parte: na fila da padaria, no supermercado, no shopping, num sarau de poesia. Podem estar ao seu lado agora, lendo sua coluna, prontas para criticar.
A Advogada de Rola não distingue alvos. Ataca qualquer mulher que ouse falar sobre o patriarcado. Essa palavra, aliás, é sentença imediata: perdeu na primeira instância, na segunda e em todas as outras possíveis.
Quando o casamento vira argumento de autoridade
Elas se gabam de ter um marido, como se fosse um troféu conquistado numa olimpíada de cafonice. Geralmente usam tons neutros, maquiagem alaranjada, batom nude. Não recebem salário, mas trabalham com o afinco de um juiz do STF. Você traz dados; elas respondem sem argumentos. Você faz humor sobre homens; elas tentam te cancelar.
Seu mantra é sempre o mesmo: “Meu marido não é assim. Eu sou bem tratada. Vocês estão mal-amadas.” Elas não entendem que, quando falamos de maioria, falamos de cargos de poder, estruturas sociais. Não de exceções domésticas.
E nunca andam sozinhas. Sempre trazem uma legião de fãs: as Advogadinhas de Rolinhas, prontas para defender homens medianos em troca de um like.
Muitas vezes, a Advogada de Rola nem casada é. Mas acredita piamente que nunca sofreu na mão de homem algum — e que quem questiona não tem gabarito para tal. Para ela, nenhum ser humano será tão bom quanto um homem mediano. As vezes acho que as advogadas de rola tem problemas de visão, ou então tem a famosa:
Pane cognitiva!
A rivalidade feminina
No fundo, sabemos o que está em jogo para as advogadas de rola: validação masculina a qualquer custo.
Eu, confesso, não me dou bem com elas. Faço parte da promotoria – o lado da acusação. E elas, claro, sempre na defesa, mesmo quando não há defesa minimamente possível.
Nossos embates são memoráveis, mas quem perde somos sempre nós, mulheres — advogadas de rola ou não. Enquanto isso, o outro time continua pontuando implacavelmente dia após dia.
Assine a newsletter de CLAUDIA
Receba seleções especiais de receitas, além das melhores dicas de amor & sexo. E o melhor: sem pagar nada. Inscreva-se abaixo para receber as nossas newsletters:
Acompanhe o nosso WhatsApp
Quer receber as últimas notícias, receitas e matérias incríveis de CLAUDIA direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp.
Acesse as notícias através de nosso app
Com o aplicativo de CLAUDIA, disponível para iOS e Android, você confere as edições impressas na íntegra, e ainda ganha acesso ilimitado ao conteúdo dos apps de todos os títulos Abril, como Veja e Superinteressante.