Dia do Amigo: por que é melhor ter boas amigas do que remediar

A gente aprendeu na marra que não tem jeito: se quisermos ter saúde, precisamos fazer o básico. Dormir bem, cuidar da alimentação, beber água, fazer exercício, evitar álcool, estresse, cigarro. Depois dos 40, minha maior motivação para ir à academia é um grupo de um aplicativo de treinos com o sutil nome “Futuras idosas que c*g@am sozinhas”. Sim, precisamos agachar hoje para ter independência amanhã.

Mas existe um elemento crucial que deveria estar nesse pacote e, muitas vezes, fica invisível. Ele é bem mais divertido do que levantar peso e comer fibras. Previne doenças cardiovasculares, diminui o risco de demência, aumenta a longevidade. Esse superpoder tem nome: amizade. E entre as mulheres os efeitos são ainda maiores porque, pra gente, as amigas são um regulador natural do estresse (1).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou um alerta recente (2) que decreta: a qualidade dos vínculos deve ser uma prioridade global de saúde. A conclusão veio no primeiro relatório da Comissão de Conexão Social, criada em 2023 para combater a epidemia da solidão. E com o alerta veio a explicação de que a saúde é composta de três pilares: física, mental e social. Ou seja, cuidar das conexões é tão importante quanto cuidar do corpo ou da mente. Nada melhor do que aproveitar esse 20 de Julho, Dia do Amigo, pra refletir sobre isso.

E o que a gente faz com mais essa demanda? Se já não sobra tempo pra academia e terapia, as amigas se afastaram e falta energia pra reaproximar ou começar novas relações? A resposta, por mais dura que seja, é que não tem jeito: precisamos sim priorizar essas conexões. Parar com o “vamos marcar” é tão fundamental quanto tomar 2L de água por dia.

Lembrar que relação romântica não é o centro da vida e que, entre amigas, encontramos o único espaço onde todo o cuidado que damos retorna na mesma proporção. Onde somos “só a gente”, sem rótulos de mulher, de mãe, de filha. Tá valendo marcar de ir ao mercado juntas ou, melhor ainda, ficar sem fazer nada. O importante é conectar.

Como eu começo?

Nesse mesmo alerta, a OMS colocou o “treinamento de habilidades de conexão” como uma diretriz para escolas e instituições. Boa notícia: dá pra aprender a criar e nutrir esses vínculos.

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Os autores da maior pesquisa sobre felicidade do mundo, realizada em Harvard há mais de 80 anos, cunharam um termo pra isso: Social Fitness (3). A relação com treino de academia não é à toa. Eles dizem que é preciso reaprender a exercitar o músculo da amizade para que eles não atrofiem. Afinal, quando vivíamos em grupos, nas cavernas ou em tribos, não precisávamos do “vamos marcar”.

 

 

O Social Fitness começa com uma espécie de “bioimpedância social”. Uma proposta dos pesquisadores para encarar com franqueza o estado de saúde dos nossos relacionamentos.

Faça uma lista das pessoas que estão na sua vida e classifique em dois eixos: “mais frequentes/menos frequentes”, “mais energizantes/mais drenantes”.

Se as mais energizantes são as menos frequentes, uma ideia é propor um encontro mensal ou uma atividade conjunta com periodicidade fixa. Caso esteja faltando gente no quadrante “mais energizantes”, pode ser que você precise de uma estratégia pra ter novas amigas.

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Apesar de divertido, não é fácil começar o treino. Cultivar amizades dá trabalho e precisa de intenção, não é só deixar rolar. Amiga de verdade decepciona, faz encarar nossos defeitos, cria expectativa. Mas também apoia nossos sonhos, lembra de como somos maravilhosas, faz acreditar que o futuro vai ser bom se estivermos juntas.

Então, bora lá? Colocar as amigas como prioridade não é simples, mas é mais gostoso que um bumbum na nuca.

Larissa Magrisso é jornalista e fundadora da Lúcidas, plataforma que promove a amizade feminina como pilar essencial de saúde e bem-estar. É pós-graduada em Desenvolvimento de Grupos pela SBDG e formada em Design de Conexões pelo Instituto Amuta.

Vai lá: Primeiro Aulão Online de Social Fitness da Lúcidas, dia 27/08 às 10h.

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Fontes:

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