Poucos tópicos relacionados ao sexo anal causam tantas dúvidas quanto a chuca. O receio de que fezes apareçam durante a relação pode afetar o prazer, mas também é raro encontrar orientações claras sobre como higienizar o ânus corretamente. O resultado é uma experiência menos prazerosa, podendo incluir a adoção de práticas incorretas que trazem riscos à saúde.
O que é chuca?
Também chamada de enema ou ducha anal, a chuca é o procedimento usado para limpar o reto e evitar que restos de fezes sejam expostas por conta da penetração.
Resumidamente, o reto armazena o cocô até o momento da evacuação, mas sempre permanecem alguns resíduos próximos ao ânus. Com uma lavagem adequada, eles são eliminados.
Fazer a chuca todo dia faz mal?
“A ducha anal pode ser uma ótima aliada na higiene e até trazer mais conforto para quem vai ter uma relação anal. Mas o que muita gente não sabe é que, se feita em excesso ou de forma errada, ela pode irritar e até machucar a região”, comenta Talita Gois, sexóloga.
Se realizada corretamente e com moderação, a chuca é segura. “Quando é feita com calma, usando água morna e os acessórios corretos, ela pode até ajudar a deixar o momento íntimo mais tranquilo e confiante. Mas não pode ser feita todo dia”, diz Talita.
Entre os riscos de realizar a chuca diariamente, estão fissuras e lesões na mucosa retal, o desequilíbrio da microbiota, infecções causadas por equipamentos mal higienizados e até o ressecamento da região, de acordo com Tamara Zanotelli, sexóloga e terapeuta sexual.
Tamara lembra que, mesmo com o procedimento, pode acontecer de algum resquício de fezes aparecer durante o sexo — e isso é completamente natural, já que fazem parte do reto.
Como fazer a chuca perfeita (com segurança)?
1. Itens adequados e temperatura da água
Para começar, é fundamental escolher os equipamentos adequados. A ducha higiênica é a protagonista nesse processo e deve ser utilizada com água morna ou com soluções próprias, facilmente encontradas em farmácias. O dispositivo precisa ser cuidadosamente higienizado antes do uso para evitar qualquer tipo de problema.
2. Quantidade de água
A quantidade de água recomendada é de cerca de 150 ml, em temperatura morna. Atenção: “Nada de sabão, álcool ou qualquer outro produto químico”, acrescenta Talita.
3. Como inserir no ânus
Lubrifique a ponta do aplicador para facilitar a introdução e evitar desconfortos. Durante o banho ou sentado na privada, basta inserir com calma e apertar o bulbo suavemente, deixando que a água entre aos poucos.
“O reto é uma região muito sensível, então, nada de pressa. Introduza o aplicador devagar e aperte o bulbo suavemente, deixando entrar pouca água de cada vez.”
4. Cuidado com a “água de chuca”
Se a água entra rápido demais, pode acabar indo para outras partes do intestino e causar o efeito contrário, trazendo fezes de volta e resultando na chamada “água de chuca”.
5. Como saber o momento em que a chuca está perfeita?
Quando sentir uma leve cólica, é hora de retirar o dispositivo e liberar a água. “Repita o processo uma ou duas vezes, até que a água saia limpa”, explica Talita. Seque com cuidado a região e espere pelo menos 30 minutos até o momento do sexo.
“Se a pessoa tiver qualquer tipo de dor, de sangramento ou de desconforto, interrompa o uso e procure um médico para entender o que aconteceu”, alerta Tamara.
Quais materiais usar para fazer a chuca
A ducha higiênica é o principal item para quem deseja realizar a chuca. Semelhante a uma pera, ela pode armazenar tanto água quanto soluções específicas, e deve ser comprada em farmácias ou sites confiáveis. Antes de cada uso, precisa ser bem higienizada, e nunca deve ser compartilhada.
Já em relação ao líquido, é possível usar soluções prontas para a higienização, vendidas em farmácias, ou água morna, que também cumpre bem o papel de limpeza.
Quando saber que algo deu errado?
É preciso prestar atenção aos sinais do corpo. Se depois da ducha houver dor, ardência, sangramento, coceira ou secreção diferente, é sinal de que algo não correu bem.
“Outro indicativo é quando a região fica muito sensível ou ressecada, mostrando que a prática pode estar sendo feita com muita frequência”, pontua Talita. Nessas situações, é importante dar uma pausa e, caso os sintomas persistam, procurar um médico.
A chuca é obrigatória?
Apesar de ser muito comum entre pessoas que praticam sexo anal, a chuca não é obrigatória. Ela é uma questão de escolha pessoal, feita para dar mais segurança e conforto durante a relação.
“A ducha anal está muito ligada à crença de que, durante o sexo anal, vai sair alguma coisa. Se isso faz a pessoa se sentir mais confiante, pode ser interessante, mas sempre respeitando intervalos e tomando cuidado para não machucar”, reforça Tamara.
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