Suzana Pires: “É possível transformar experiências ruins em algo significativo”

Embora o câncer de mama seja frequente entre as mulheres, não é comum encontrar filmes que retratem suas experiências com a doença. Na contramão, o longa Câncer com Ascendente em Virgem, lançado em março deste ano, gira em torno de Clélia Bessa, criadora do blog Estou com câncer, e daí?.

Estrelado e roteirizado por Suzana Pires, o filme aborda o poder dos vínculos humanos, a importância da rede de apoio e os sentidos da vida diante da finitude. Para falar sobre o impacto de histórias como a de Clélia Bessa, e de que forma o cinema pode abrir espaço para temas como o câncer de mama, a artista participou da terceira edição do Casa Clã Mama, evento promovido pelas revistas CLAUDIA e Veja Saúde.

Como o filme transformou a vida de Suzana

Suzana Pires acredita que uma das grandes mudanças que viveu após a experiência do filme está relacionada ao medo de lidar com a vulnerabilidade. “Muitas coisas mudaram em mim, mas a principal foi ter menos medo de lidar com a minha vulnerabilidade, com a minha fragilidade e com o fato de que, quando estamos vivendo, algo ruim pode acontecer.”

O convite para contar a história partiu da própria Clélia, criadora do blog que inspira o longa, em um momento em que o pai de Suzana também enfrentava uma doença grave.

“Tanto ele quanto a Clélia encararam essa jornada de um jeito parecido, continuaram vivendo. Não pararam a vida, mas incluíram o tratamento dentro dela. E, ao fazer isso, trouxeram humor, drama, angústia, mas também liberdade. Eu mesma passei a ver a vida de forma mais intensa”, comenta a artista.

O papel do riso em temas delicados

Suzana Pires fala sobre a importância do riso para a vidaRenato Nascimento/CLAUDIA
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Uma das cenas mais impactantes do filme é quando, após receber o diagnóstico, a personagem entra em um elevador. Ela está angustiada e, de repente, começa a olhar para o peito das outras mulheres que estão ali, mas depois acaba tendo um momento engraçado.

“Isso é vida. A vida não é só drama e também não é só comédia. O riso é revolucionário, é como se fosse a base de tudo. Você pode bagunçar um baú inteiro e, no fundo, sempre encontra uma gargalhada. Viver é isso”, comenta Suzana.

A importância de entender que nem tudo será fácil

Entre os maiores ensinamentos que aprendeu com a história do filme, Suzana destaca uma lição valiosa. “É possível transformar experiências negativas em algo significativo para a nossa jornada. Acho que foi isso que a personagem quis mostrar.”

Mas ela ressalta que nada disso significa que o processo será simples. Pelo contrário, no início do filme, a protagonista tem dificuldade de pedir ajuda e acredita que conseguirá enfrentar tudo sozinha, uma dinâmica bastante comum após a descoberta de uma doença grave.

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O papel do cinema

Para Suzana, a arte tem um lugar essencial nesse debate. “Acredito que o cinema e a arte têm algumas funções. A primeira é trazer informação e, por isso, tivemos todo o cuidado técnico, com a supervisão de uma oncologista, para não transmitir nada errado”, explica. 

“A segunda é emocionar, e emoção pode vir do drama, da comédia, de qualquer coisa que leve alguém a outro estado emocional. Quando você toca o coração de alguém, faz essa pessoa repensar sua própria vida. E a terceira, que é a que mais gosto, é entregar positividade, não de um jeito irresponsável, mas que transforma”, acrescenta.

Ela faz questão de sublinhar que não se trata de uma positividade superficial. “O câncer é uma doença séria, grave, e o diagnóstico não atinge só a pessoa, mas toda a família e os amigos. Ainda assim, se existe algo de positivo no meio disso, é ali que quero colocar um sublinhado.”

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