Autêntica, intensa e sem medo de se reinventar, Débora Secco atravessa um momento de amadurecimento profundo pessoal e profissional, em que revisita suas escolhas com leveza e afeto. Agora, ela se prepara para um novo desafio: criar uma nova versão de Bruna Surfistinha, personagem que marcou uma geração e projetou sua carreira internacionalmente.
Após mais de uma década, ela encara o retorno ao papel com a noção de quem entende que o medo e o erro também fazem parte do processo criativo. “Estou morrendo de medo, mas vou seguir assim mesmo”, confessa. Embaixadora da Rennova, marca de injetáveis e dermocosméticos, ela reflete sobre autoestima, autoconfiança e o poder de acolher a si mesma mesmo nos dias em que nada parece funcionar. “A gente não vai acordar incrível todos os dias, mas temos que seguir”, diz.
Abaixo, confira a entrevista completa:
O que você faz para manter a autoestima nos dias difíceis?
Autoestima é você olhar com amor e afeto para si até nos dias que você tá mais ou menos. A gente não vai acordar incrível todos os dias, mas temos que seguir, então que a gente siga se acolhendo e abraçando mesmo quando não estamos bem.
Vivemos um momento em que as tendências de beleza mudam constantemente. Você é antenada nas novidades?
Confesso que sou desatualizada das tendências. Sou muito fiel ao que acho que me favorece. Uso o que me sinto bem desde make até cabelo. Sempre escolho fazer o que de fato me valoriza. Não sou dessas que quer testar tudo de novo que aparece, não.
O que não pode faltar na sua nécessaire?
Não pode faltar colírio e hidratante labial. Na minha bolsa sempre tenho um corretivo, um blush e uma escova de cabelo. Preciso dizer que estou em busca dessa autoconfiança também, não me sinto uma mulher super autoconfiante. Sinto que estou tentando entender a mulher que quero ser e praticando.
Quando eu era mais nova, lembro que eu tinha uma cartolina onde colava fotos mulheres que se vestiam da forma como eu queria me vestir, que praticavam exercício, fotos do perfume… Eu ia colando tudo e todos os dias eu olhava ali e me lembrava quem eu queria ser. O resultado é uma mulher muito livre que não depende da aprovação do outro.
Você é uma pessoa que não tem medo de errar. Consegue entender o que isso significa para você?
O erro é engrandecedor, ainda mais na minha área – em que as pessoas tendem a mostrar só o que elas têm de bom. Eu tento fazer com que a minha vida seja muito transparente nos meus acertos, mas também nos meus erros. Tem uma frase que ouço dos meus pais sempre que é: “na vitória você ganha um troféu, mas na derrota você ganha uma lição”.
E a gente se constrói através de lições. No fundo do poço é onde você se reinventa, se redescobre e onde você conhece a sua força para recomeçar e fazer diferente.
Você está em processo de ensaio para o novo filme de Bruna Surfistinha – como está sendo essa fase?
Eu não pensava em reviver essa personagem porque achava o filme muito assertivo. Era um tema muito difícil e ele tem muita qualidade de fotografia, qualidade artística e gostei da minha entrega enquanto atriz. Tinha medo de revisitar esse lugar que foi tão bem sucedido e não conseguir me sair tão bem quanto a primeira versão.
Mas entendi que a produção faz parte do imaginário de muita gente e comecei a repensar. Também é possível topar e errar – dizer sim para essa vulnerabilidade. Foi um ano de construção de roteiro, pensando qual momento da Bruna a gente vai trazer. Agora temos o roteiro quase pronto, já nas versões finais.
Essa semana comecei a preparação e filmamos em novembro e dezembro. Estou morrendo de medo, vou seguir assim mesmo. Arriscar é uma das minhas grandes características. Com a maturidade, entendi que legal não é o resultado, é o processo.
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