Humorista gaúcho conhecido por personagens que circulam em palcos e redes sociais, Cris Pereira foi condenado a 18 anos e 15 dias de prisão em regime fechado por estupro de vulnerável nesta quinta-feira (26), no Rio Grande do Sul. Segundo denúncia, o crime teria sido cometido em 2021, contra uma criança de 3 anos de idade.
O processo tramita em segredo de justiça e foi analisado pela 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A defesa de Cris Pereira já sinalizou que pretende recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.
Em comunicado divulgado nas redes sociais, os advogados do humorista reiteraram sua inocência e alegaram que a condenação não corresponde às provas apresentadas, reforçando que irão contestar a decisão.
A sentença acendeu debates urgentes: como o Brasil trata crimes contra crianças e adolescentes? E por que tantas vítimas seguem silenciadas, mesmo diante de leis que deveriam protegê-las?
O que diz a condenação
De acordo com a decisão da Justiça gaúcha, Pereira foi considerado culpado pelo crime tipificado no artigo 217-A do Código Penal, que trata do estupro de vulnerável. Pela lei, qualquer relação sexual ou ato libidinoso com menores de 14 anos é considerado crime, independentemente de consentimento.
A pena imposta — 18 anos de reclusão — está entre as mais altas para esse tipo de delito. A defesa do humorista ainda pode recorrer da decisão.
Por que o caso repercute tanto
Cris Pereira não é apenas mais um réu na fila de processos judiciais. Ele é uma figura pública, com presença consolidada no humor brasileiro. Sua condenação abre espaço para um debate delicado: até que ponto a fama e a imagem pública funcionam como escudos de proteção? E como o público reage quando artistas populares são acusados de crimes tão graves?
A repercussão também traz à tona os limites entre a persona cômica e a vida real: quando o riso se mistura à violência, não há espaço para relativizações.
O retrato da violência contra crianças no Brasil
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um caso de violência sexual contra menores de idade é registrado a cada 10 minutos no país. E esses números estão longe de retratar a realidade completa: a maioria dos abusos acontece em casa ou em ambientes próximos, e permanece na sombra da subnotificação.
Outro dado alarmante: apenas uma fração dessas denúncias chega a uma condenação definitiva. Isso significa que, para muitas vítimas, a Justiça nunca é plenamente alcançada.
O que a sentença pode significar
Especialistas apontam que condenações como a de Cris Pereira podem ter dois efeitos:
- Encourajar vítimas a denunciar, ao mostrar que pessoas conhecidas também podem ser responsabilizadas;
- Expor a lentidão e as falhas do sistema, já que processos desse tipo costumam demorar anos para chegar ao julgamento final.
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