Adaptar a carreira às diferentes fases da vida é um desafio que Bel Coelho conhece bem. Desde o início de sua trajetória, quando trabalhou em grandes cozinhas internacionais, a chef precisou conciliar a intensidade da alta gastronomia com suas próprias prioridades e o desejo de construir um caminho autoral.
No começo, sua dedicação era quase exclusiva à cozinha, mergulhada nos ritmos intensos e exigentes de restaurantes renomados. Com o tempo, e com a chegada da maternidade, Bel começou a enxergar sua profissão de outra forma. “Hoje entendo a importância de conciliar esse ofício com outras dimensões da vida, trazendo mais equilíbrio para o ritmo de trabalho”, conta a cozinheira em entrevista a CLAUDIA.
Essa raciocínio sobre ritmo e prioridades também se refletiu em seus projetos autorais, caso dos restaurantes o Clandestina e o Cuia, ambos em São Paulo. Neles, Bel encontrou espaço para criar experiências que refletissem suas inquietações e valores.
“Esses projetos nasceram do desejo de experimentar formatos mais flexíveis, aproximando meu trabalho dos ingredientes, das histórias e das pessoas que me inspiram”, explica a chef.
“Aprendi que paixão sem cuidado não se sustenta. A intensidade da cozinha pode facilmente ultrapassar limites, e eu senti a necessidade de desacelerar”
Bel Coelho, chef de cozinha
Ao longo da carreira, a chef percebeu que a paixão pela cozinha precisava andar junto com o cuidado com a própria saúde física e mental. “Aprendi que paixão sem cuidado não se sustenta. A intensidade da cozinha pode facilmente ultrapassar limites, e eu senti a necessidade de desacelerar, mudar o foco e dar espaço para outros projetos que me alimentassem também fora da rotina de restaurantes. Essa virada foi fundamental para manter a paixão pela cozinha de forma saudável e renovada.”
Grande parte do trabalho de Bel hoje envolve viagens pelo Brasil em busca de ingredientes e saberes locais. Ao lado de agricultores familiares, indígenas, quilombolas, ribeirinhos e extrativistas, ela aprendeu a enxergar cada ingrediente como parte de uma rede de histórias, ecologias e resistências.
Essa imersão transformou não apenas sua culinária, mas também sua perspectiva de vida, aproximando-a de uma relação mais atenta e respeitosa com a terra e as pessoas. A valorização da biodiversidade brasileira se tornou um pilar central em sua carreira.
“Há quase 30 anos cultivo esse interesse, que começou como curiosidade e hoje se tornou necessidade e propósito. A cozinha pode ser uma ferramenta poderosa para valorizar a biodiversidade e as culturas alimentares do Brasil”, afirma a chef e ativista.
Floresta na Boca

A busca por novas formas de expressão levou Bel a expandir seu trabalho para outras mídias. O projeto Floresta na Boca, que inclui um livro e um documentário com lançamento previsto para a COP30 em Belém, surge do desejo de amplificar a escuta e o reconhecimento dos saberes que sustentam a biodiversidade brasileira.
“A cozinha continua sendo meu ponto de partida, mas percebi que precisava de outras linguagens para alcançar mais pessoas”
Bel Coelho, chef de cozinha
“A cozinha continua sendo meu ponto de partida, mas percebi que precisava de outras linguagens para alcançar mais pessoas e dar visibilidade às comunidades que guardam nossa cultura alimentar”, explica.
Para Bel, essa fase representa não apenas a ampliação de seu trabalho, mas também o aprofundamento de seu propósito: contar histórias que importam e conectar o público com a riqueza da gastronomia e da cultura do Brasil.
Casa Clã Finanças

No dia 24 de setembro, a partir das 9h, CLAUDIA realiza a primeira edição da Casa Clã Finanças, evento que propõe conversas e encontros voltados para discutir dinheiro e organização financeira. O evento acontece na Casa Higienópolis, em São Paulo, e tem ingressos gratuitos. Eles poderão ser retirados mediante cadastro no Sympla.
A programação vai reunir mulheres de destaque do mundo dos negócios para debater temas como carteira de investimentos e empreendedorismo — mas não só. Assuntos como autoconhecimento e planejamento familiar, assim como direito patrimonial, perpassam o universo das mulheres e também serão assuntos de mesas.
O público também terá a sorte de ouvi um talk sobre liderança feminina nos negócios de gastronomia, com participação de Bel Coelho, chef por trás do Clandestina Restaurante, ao lado da chef Mari Sciotti, do Quincho. Confira a programação completa.
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