Com o lançamento do filme Amores Materialistas, no final de julho, um debate ganhou força: classe social e poder aquisitivo são determinantes na hora de se relacionar? Na trama, a casamenteira Lucy, bem-sucedida profissionalmente, se vê diante de um dilema: viver um romance com o rico empresário Harry ou retomar a relação com John, um aspirante a ator em busca de estabilidade financeira.
A questão, no entanto, não se restringe à ficção. Nas redes sociais, é comum encontrar mulheres que afirmam só se relacionar com pessoas de poder aquisitivo semelhante ou maior que o delas. Na teoria, até parece superficial colocar o amor nessa proporção, mas, quando analisado racionalmente, o tema revela uma equação bem mais complexa.
Quando a classe social pesa nos sentimentos
O psicólogo André Machado explica que a diferença social pode, sim, ser um impeditivo nas relações. “Quando um parceiro vem de uma realidade mais privilegiada e o outro de uma vida mais simples, surgem contrastes nos hábitos – como gastar em viagens ou economizar para o futuro. Essas questões podem gerar atritos”, afirma.
Segundo ele, não é apenas o casal que sente esse peso. Família e amigos também podem carregar a relação com preconceitos e expectativas ligadas ao status social. “A sociedade pressiona, julgando escolhas ou estilos de vida. Um pode se sentir deslocado em um jantar sofisticado, enquanto o outro se incomoda em situações mais simples”, exemplifica.
Além disso, a autoestima tende a ser impactada. A sensação de “ser menos” pode minar a confiança pessoal, exigindo do parceiro um olhar atento para valorizar as qualidades do outro.
Mais do que dinheiro: valores e culturas em conflito
O psicólogo lembra ainda que a discussão vai além do dinheiro. Diferenças culturais, nível de escolaridade e até os círculos sociais também pesam. “Talvez uma pessoa valorize tradições familiares, enquanto a outra busque independência. Até mesmo visões sobre filhos ou lazer podem divergir. É preciso paciência para alinhar essas diferenças”, explica.
Apesar dos desafios, André reforça que nada é definitivo. Para ele, a chave está no diálogo e na disposição para encontrar o meio-termo. “Conversem de coração aberto sobre dinheiro, valores e sonhos. Respeitem as diferenças sem julgamentos. E, se necessário, um terapeuta de casais pode ajudar a alinhar expectativas. O amor cresce quando há entendimento”, conclui.
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