Liderar uma das maiores empresas de luxo do país não é fácil. Mas Carla Assumpção, General Manager Latam da Swarovski, faz isso sem perder o foco na sensibilidade humana. Com mais de 20 anos de carreira na empresa, ela foi fundamental para consolidar a presença da marca na América Latina, posicionando-a como símbolo de um lifestyle contemporâneo.
A executiva vai além dos resultados: defende a responsabilidade, empatia e legitimidade emocional. Além disso, também atua como mentora e porta-voz de iniciativas importantes, como o conselho da ABRAEL (Associação Brasileira de Empresas de Luxo).
Carla é a nova convidada do Eu, CEO, videocast criado por CLAUDIA para destacar mulheres em cargos de liderança e gestão. Conosco, ela compartilha sua trajetória de sucesso e fala sobre os desafios de equilibrar diversas áreas da vida.
Assista ao episódio completo hoje, às 19h, no canal Veja+ da Samsung TV ou no nosso canal do YouTube.
Abaixo, confira o papo completo:
Você construiu uma longa trajetória na Swarovski e, até chegar ao cargo de diretora-geral, certamente enfrentou muitos desafios. Quais foram os que mais marcaram sua caminhada?
Parece que foi ontem, mas acabei de completar 25 anos de carreira dentro da marca. É incrível quando você tem esses momentos de celebração e enxerga essa trajetória: tudo que passou e que foi marcante. Quando comecei na Swarovski no Brasil, a empresa não era nem conhecida no mercado. Então, minha trajetória profissional foi permeada por muitos desafios. E as oportunidades que foram aparecendo acabaram repercutindo em resultados e, consequentemente, mais complexidades.
Esse não foi um plano traçado, mas as coisas foram acontecendo e você foi abraçando. Teve algum momento de dúvida em relação à sua própria capacidade?
Eu devo muito às pessoas que enxergaram em mim coisas que não vi. Essa certeza de que eu era capaz vinha através do olhar de alguém que via potencial em mim. Sempre que aparecia uma proposta promocional de assumir mais responsabilidade, era porque alguém trazia uma provocação: E se você assumisse esse posto? Honestamente falando, acho que esses anjos acabaram permeando a minha autoconfiança.
Imagino que hoje você também já tenha sido um anjo na carreira de muitas outras pessoas, certo?
Eu espero! Esse olhar do outro sobre você faz uma diferença muito importante na sua vida. A liderança mais humanizada, que olha não só para seus feitos e conquistas, mas o impacto que você gera ao seu redor, realmente constroem legados. Vim de uma liderança que criou um legado antes de mim e, para mim, isso sempre foi uma perspectiva muito sólida. Qual é o legado que eu quero deixar com a minha gestão? Acho que tenho cumprido esse papel da maneira como sempre almejei, óbvio, com erros e acertos, mas sem perder esse foco humano. Eu só sou uma maestra de uma orquestra muito boa.
Eu queria entender um pouco sobre a estrutura multicanal. Há o sistema de franquia, tem o e-commerce, tem o varejo. Como isso funciona?
A marca tem um posicionamento distinto. Ela é uma empresa de luxo acessível, é um luxo pop. Isso porque ela não tem nenhuma pretensão de trabalhar com escassez, muito pelo contrário. Há um olhar estratégico de acessibilidade. Então, a Swarovski desenvolveu, pela primeira vez, um sistema de franquia para ir para as capitais do Nordeste, Centro-Oeste, enfim. Nós temos pouquíssimos franqueados, mas eles estão com várias operações porque o nível de exigência é muito alto. Somos um cristal multifacetado. Precisamos criar esses mecanismos para trazer essa capilaridade para o negócio.

Dentro do mercado de luxo, há uma associação do consumo com o público feminino. Mas nos bastidores e na liderança, ainda há uma associação com o público masculino. Por que você acredita que ainda existe essa desconexão?
Acho que somos uma empresa muito equânime sob o ponto de vista de alta liderança. Mas se eu olhar a minha história, a minha carreira, frente a tantas outras e frente a tantas histórias que a gente transita e ouve, acho que tive mais sorte. E, para isso, tive que ser mulher com M maiúsculo e comprar muitos desafios.
A gente é tão desafiada como mulher porque não somos só uma executiva. A maioria das mulheres que conheço têm um monte de outras aspirações e precisam ter força e calibre para carregar todas essas casinhas ao mesmo tempo.
O que mais é importante para você além do trabalho?
Minha independência financeira sempre foi algo inegociável, parto daí porque acho que isso trouxe outras perspectivas importantes em relação a outras decisões.Há outras áreas que gosto demais, como o autocuidado, fazer exercício, pensar em alimentação… Também havia em mim o desejo da maternidade, algo que eu sempre quis muito, mas não sabia exatamente como seria. Tive a sorte de viver as duas realizações ao mesmo tempo e, pouco depois do nascimento da Loreta, ao retornar da licença-maternidade, fui apontada pelo meu chefe como sucessora.
A minha paixão sempre me mostrou o caminho que fazia sentido para mim em todas as esferas da minha vida. Sinto que cheguei nos meus 57 anos bem – olho para o lado e vejo que todas essas casinhas estão sendo preenchidas.
Assine a newsletter de CLAUDIA
Receba seleções especiais de receitas, além das melhores dicas de amor & sexo. E o melhor: sem pagar nada. Inscreva-se abaixo para receber as nossas newsletters:
Acompanhe o nosso WhatsApp
Quer receber as últimas notícias, receitas e matérias incríveis de CLAUDIA direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp.
Acesse as notícias através de nosso app
Com o aplicativo de CLAUDIA, disponível para iOS e Android, você confere as edições impressas na íntegra, e ainda ganha acesso ilimitado ao conteúdo dos apps de todos os títulos Abril, como Veja e Superinteressante.