Microagulhamento sem agulhas? A tendência coreana de cremes polêmicos para a pele

Não é de hoje que a Coreia do Sul vem dominando e sendo referência no mercado de estética global. Esse sucesso, em partes, se deve ao esforço constante em introduzir o que há de mais novo na dermatologia em potinhos que se encaixam bem no skincare diário. Sem ficar para trás, marcas do mundo todo têm investido em fórmulas que prometem melhorar a textura, o viço e a aparência da pele.

Uma tendência inusitada (e polêmica) do país asiático que chama atenção, no entanto, é a dos cremes que imitam os efeitos do microagulhamento — um procedimento estético feito com microagulhas que causam pequenas lesões na pele, ativando o processo de cicatrização e promovendo a restauração celular.

Inspirados no procedimento, esses cosméticos são, na verdade, uma alternativa tópica, não invasiva e mais acessível para ter uma pele com textura regular e com aquele viço invejável.

Mas, com tantas promessas no mercado dermatológico, é comum surgir a dúvida: será que esses produtos realmente funcionam? Para entender melhor o que está por trás dessa novidade cosmética, conversamos com as dermatologistas Ana Carolina Sumam e Rebecca Atman.

O que são e como agem?

O produto pode ser aplicado em movimentos circulares, assim como na esfoliação facial.Reprodução/Pexels

Pensados para oferecer benefícios semelhantes aos do microagulhamento feito em consultório, esses cremes promovem a renovação celular e ainda estimulam a produção de colágeno. Apesar do nome chamativo, eles se diferenciam bastante da versão original e profissional: não possuem agulhas de verdade, não causam dor, perfurações e muito menos sangramentos.

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A semelhança está nas microsubstâncias pontiagudas, chamadas espículas, que fazem parte da chamada tecnologia de nanoinvasão. É ela que garante uma ação mais intensa que a dos hidratantes convencionais. Assim, ativos como ácidos, retinoides, fatores de crescimento, peptídeos biomiméticos e niacinamida conseguem penetrar em camadas mais profundas da pele.

Apesar de potentes, esses produtos são indicados para tratar quadros leves como suavizar linhas finas, poros dilatados, manchas suaves e melhorar a falta de brilho na pele. Segundo as especialistas, eles não substituem um tratamento ou procedimento dermatológico, mas funcionam bem como complemento a rotina de cuidados.

Quanto tempo leva para fazer efeito?

Imagem de mulher asiática usando creme com efeito de microagulhamento.
Usar o produto com frequência ajuda a obter um resultado satisfatório.Reprodução/Pexels

Os resultados começam a aparecer, em média, entre 4 e 8 semanas de uso contínuo. As dermatologistas dizem que, quanto maior for o tempo de uso, maiores são as probabilidades de notar uma melhora significativa na qualidade da pele. Rebecca, inclusive, explica que esse período pode variar de acordo com a fórmula do produto usado e também a resposta individual de cada pele ao tratamento.

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E os riscos?

Mesmo sem agulhas propriamente ditas, esses cremes podem causar vermelhidão, ardência ou descamação, especialmente em peles sensíveis. “O ideal é sempre consultar um dermatologista antes de incluir qualquer ativo mais potente na rotina”, alerta Rebecca Atman. Além de, claro, manter o uso do protetor solar em dia. Pacientes com a pele sensibilizada, rosácea, dermatite ou em período de gestação também devem evitar o uso desse tipo de produto sem orientação médica.

O que tem na composição?

Entre os principais componentes estão ácidos, retinoides, fatores de crescimento, peptídeos biomiméticos e a já conhecida niacinamida. Muitos deles contam ainda com ativos encapsulados, como nanopartículas ou lipossomas, que aumentam a penetração e a eficácia do skincare na pele.

Quanto custa?

Imagem de mulher asiática usando creme com efeito de microagulhamento.
Os produtos são encontrados, em sua maioria, em sites internacionais ou importadores.Reprodução/Pexels

No Brasil, ainda são poucas as marcas que oferecem produtos com esse tipo de tecnologia, entre elas estão Ada Tina e Mezzo Dermocosméticos. Os valores, de modo geral, variam bastante, dependendo da tecnologia envolvida e da concentração de bioativos. Em média, os cremes que prometem esse efeito custam entre R$150 e R$600, a depender da marca.

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Mas afinal, eles substituem o microagulhamento profissional?

Apesar das semelhanças com o procedimento, os cremes não entregam os mesmos resultados do microagulhamento feito em consultório. “É importante ter expectativas realistas: não se trata de um substituto para o microagulhamento feito em consultório. O marketing tende a exagerar os efeitos, o que pode gerar frustração. Mas, como parte de uma rotina bem estruturada, esses produtos têm o seu valor”, explica Ana Carolina. 

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