Dirigido por James Gunn, o novo Superman muda a forma como o herói é retratado no cinema. Desta vez, Clark Kent é um imigrante que precisa conciliar sua herança kryptoniana com os valores humanos. A narrativa, que estreia nas telonas no próximo dia 10, deixa de lado o tom épico e apresenta um roteiro mais sensível e consciente.
Aqui, Clark com Lois Lane já se conhecem e têm uma relação madura e cheia de nuances, com discussões sobre prioridades, dever e humanidade. A protagonista, interpretada por Rachel Brosnahan, segue determinada, empática e incansável na busca pela verdade – é uma jornalista que encara a profissão como parte de sua missão de vida. Ela, inclusive, se inspirou em repórteres da vida real para construir a personagem.
“Descobri que fui aceita para o papel em um banheiro público no centro de Nova York, dentro de uma loja. Estava mais barulhento na loja do que lá dentro”, lembra a estrela “James simplesmente disse: ‘O que você acha de ser a Lois Lane?’ E eu respondi: ‘Sim!’”
Para ela, o longa é uma injeção de esperança que mostra que vale lutar por uma sociedade mais justa e igualitária. “Sinceramente, acho que o mundo está precisando exatamente disso agora”, completa. Abaixo, confira a entrevista completa com a atriz:
Entrevista com Rachel Brosnahan
O que o Superman representa para você, tanto no filme quanto no mundo real?
Esperança, coragem e a ideia de que fazer a coisa certa pode ser algo simples. O que mais gosto nesse personagem é que ele faz o que é certo simplesmente porque é o certo — sem pensar duas vezes. E, ao mesmo tempo, ele é legal, é inspirador. Acho que tem algo importante em mostrar que ser bom pode ser algo admirável — e isso sempre foi o que está no centro do Superman.
Uma das coisas que sempre amei na Lois Lane é que ela é uma heroína do dia a dia. E admiro muito o fato de que, na nossa versão, o James dá destaque ao poder do jornalismo. No fim das contas, temos esses dois — e vários outros personagens — que mostram que, mesmo que os problemas do mundo pareçam enormes, se cada um fizer a sua parte, dá pra causar uma grande diferença.
Antes de entrar para esse projeto, qual era a sua relação com a personagem?
Nunca fui muito ligada em quadrinhos, mas sempre fui uma leitora voraz, especialmente de fantasia e histórias com magia. E acho que o fascínio é parecido porque são inspiradoras. Mostram o poder da coragem, da empatia, da lealdade — e nos dão esperança de que o bem sempre vence e que vale a pena lutar por isso. E, muitas vezes, mostram que os super-heróis não são os únicos poderosos — que os heróis do dia a dia também importam muito, e que todos nós temos essa força dentro da gente.
Minha única experiência real com Superman antes desse filme foi quando eu tinha uns 12 anos e assisti, pela primeira vez, aos filmes com o Christopher Reeve e a Margot Kidder. Fiquei completamente encantada porque eles pareciam muito à frente do tempo e criaram um mundo onde tudo era possível. Lembro que fiquei hipnotizada com a trilha sonora, com a forma como foi filmado… simplesmente amei.

Quando você leu o roteiro, qual foi sua reação à história que ele queria contar?
Ele já tinha comentado que não seria uma história tradicional. Uma das grandes alegrias de trabalhar com esses personagens clássicos é justamente poder homenagear o material original, mas também encontrar uma nova forma de enxergá-los. E essa é uma versão da história de amor deles que a gente nunca viu antes.
Eles estão naquele ponto crítico de um relacionamento, em que você se pergunta: “Foi só uma paixão passageira ou isso pode ser algo mais sério e duradouro?” Eu adorei o jeito que o James escolheu para mostrar que eles já se conhecem, como ele fez um “jogo de expectativas”.
A Lois Lane tem uma longa história nas telas, tanto no cinema quanto na TV. Como você fez para transformar essa personagem em algo seu?
O James já tinha deixado um roteiro com um caminho bem claro. Ele conhece esses personagens talvez melhor do que qualquer um de nós. Então, tudo começou com o roteiro. Depois, tivemos várias conversas para discutir onde essa Lois se encaixa dentro do cânone das versões anteriores e onde o relacionamento deles cabe nesse universo.
E eu também tive a oportunidade de conversar com alguns jornalistas para tentar entrar na cabeça dela. Todo ator procura uma forma de se conectar com o personagem, e eu queria entender o que pode ter atraído ela para essa profissão. Uma repórter com quem conversei disse que sempre se sentiu entediada enquanto criança, e que era atraída pela intensidade e pelos extremos da condição humana. Ela era meio viciada em adrenalina, mas também queria contribuir com o mundo de alguma forma — e eu achei essa ideia perfeita para a Lois.

Como os looks de Louis ajudam a definir a personagem?
O estilo da Lois sempre refletiu a moda de cada época. Conversamos bastante sobre o que significa ser uma jornalista investigativa nos dias de hoje — alguém que trabalha com jornalismo impresso numa época em que as redações estão fechando pelo país todo.
Eu queria bolsos em todas as roupas dela. Você sempre precisa de um lugar pra guardar suas coisas — se está sempre se movimentando, precisa ter onde colocar seu crachá, uma caneta, um bloquinho, talvez um lanchinho. Ela também tinha que se vestir de forma confortável porque o foco dela é o trabalho. Então, como estar apresentável sem chamar atenção demais? A gente olhou muitas fotos de jornalistas reais, nas redações de hoje, e também procuramos formas de homenagear as várias versões da Lois que já existem.
Superman e a Lois já se conhecem. Como você e o David Corenswet trabalharam juntos para criar essa familiaridade entre eles?
A gente tentou passar o máximo de tempo juntos antes das filmagens, conversando sobre como enxergávamos os personagens, o que cada um estava preparando, e como eles poderiam se complementar ou entrar em conflito. As visões de mundo deles são quase opostas, mas compartilham um mesmo sistema de valores — e têm essa conexão mágica que nem a Lois consegue explicar racionalmente.
Caímos direto na parte mais intensa já no meu primeiro dia de gravação. Filmamos uma cena com 12 páginas de diálogo, e sinceramente, o melhor jeito de conhecer seu parceiro de cena é passar horas se beijando e depois brigar pelos dois dias seguintes. Mas foi ótimo, porque entramos direto no coração da relação. entregam de verdade em tudo que fazem, e despertam a humanidade um no outro.
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