Era uma vez uma vila de pescadores. Ruas de terra, uma viagem longa e quase nenhum sinal de luxo — até que, em 1964, Brigitte Bardot chegou. Com ela, os olhos do mundo se voltaram para Búzios, no litoral carioca, e o que era simplicidade virou sinônimo de sofisticação despretensiosa. E então, apenas dez anos depois, nascia o que viria a ser um dos hotéis mais icônicos da cidade: o Casas Brancas Boutique Hotel & SPA.
Na época, o estabelecimento contava com apenas quatro quartos e um único telefone disponível para fazer reservas (que, aliás, era também o único da região). Hoje, são 33 acomodações — ainda poucas, propositalmente —, idealizadas para preservar o espírito original: intimista, acolhedor e, acima de tudo, humano. Estar ali não é apenas se hospedar. É sentir-se parte de uma história.
A Grécia no Brasil
A primeira sensação ao entrar no Casas Brancas é a de ser transportado. A arquitetura de influência mediterrânea, o branco predominante, as texturas naturais e os cantinhos decorados com flores fazem com que, por um instante, a mente nos leve a paraísos como Mykonos. Mas logo a brasilidade se impõe: aparece nas cores das frutas, no aroma do café da manhã servido com ingredientes locais, nas estantes recheadas de livros disponíveis para troca entre os hóspedes. Um gesto simples, mas que traduz o espírito do lugar: aqui, o que se compartilha também se leva para casa.

A presença dos fundadores, Amalia de la Maria e Affonso Carlos Bebianno Montenegro, continua viva nos detalhes. Há objetos pessoais da família espalhados pelos ambientes, em especial no 74 Restaurant, que mais parece um prolongamento da casa de um ente querido. É justamente esse clima de memória afetiva que deixa tudo tão único.


Chegar ao quarto já é uma experiência em si. Com uma varanda espaçosa, sofás confortáveis, uma banheira com vista para o mar e um teto retrátil sobre um jardim interno, cada detalhe parecia ter sido pensado para criar uma bolha de sossego. Os docinhos deixados pela chef Jennifer Ortega todas as manhãs também contribuem para que a hospitalidade seja tão palpável quanto um abraço.
O mar ao fundo

Instalado no terraço do hotel, o 74 Restaurant já foi reconhecido pelo The World’s 50 Best — e não à toa. O menu mistura ingredientes brasileiros com técnicas mediterrâneas, criando pratos surpreendentes como o polvo confit com paella cremosa ou o atum mi-cuit com uvas caramelizadas e crocante de couve. Os drinques também são destaque — autorais, tropicais, e com sabores que homenageiam ingredientes nacionais como caju, cupuaçu e maracujá.
Tudo ali é visualmente belo, da apresentação dos pratos à vista da baía revelada pelas janelas envidraçadas. Logo ao lado, fica também a piscina aquecida do Casas Brancas. Sentar ali com um Aperol Spritz nas mãos é o tipo de coisa que a gente nem sabia que precisava tanto.


De frente para a famosa Orla Bardot fica o segundo restaurante do hotel, o 74 Osteria, que traduz a união da simplicidade italiana com a leveza buziana. A cozinha, comandada pelo chef Rodrigo Rodrigues, apresenta clássicos da Itália com um toque regional — como o arancini, bolinho de risoto com mussarela de búfala, ou o Bolonhesa Della Osteria, feito com spaghetti artesanal e polpettine italiano. O ambiente tem um clima de casa, de mesa partilhada, em que a gastronomia encontra a memória e o afeto.

Conforto acima de tudo
Como se não bastasse acordar todos os dias com vista para o mar e desfrutar de pratos deliciosos a cada instante, parti para experimentar alguns dos serviços do Casas Brancas SPA. Entre os inúmeros estilos de massagem oferecidos — como sueca, com pedras quentes e reflexologia —, escolhi a Freestyle Deep Tissue, conhecida por ser mais intensa, feita especialmente para pessoas como eu: ansiosas e travadas. Não vou mentir: costumo ficar tenso com pessoas tocando meu corpo. Mas, desta vez, algo mudou: adormeci. Pela primeira vez na vida, dormi durante uma massagem — e, para mim, isso diz tudo.
Hospedar-se no Casas Brancas é viver Búzios para além dos cartões-postais. É mergulhar na história de um hotel que cresceu com a cidade, guarda memórias nos objetos, serve afeto em forma de gastronomia, e entende que exclusividade não está no excesso, mas no cuidado.
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