Nos últimos meses, Kris Jenner, matriarca das Kardashians, de 69 anos, chocou os internautas ao surgir com um visual totalmente repaginado — ou melhor, rejuvenescido — após realizar diversos procedimentos estéticos. A repercussão foi tanta que muitos chegaram a comentar que ela estava parecida com Kourtney Kardashian, de 46 anos, e até com sua outra filha, Kim, de 44.
Além dela, nomes como Donatella Versace, 70, e Demi Moore, de 62, adotaram técnicas avançadas de lifting facial, também conhecido como ritidoplastia, que reduz flacidez e rugas, deixando a pele com um aspecto mais firme e jovial.


Entre tantos métodos, um em específico ganhou destaque: o Deep Plane Face Lift, um novo tipo de lifting mais profundo que vêm conquistando espaço entre o público fascinado por beleza.
O que é o Deep Plane Face Lift?
Pense em uma técnica avançada que tenha o poder de atuar nas camadas mais profundas do seu rosto. Diferente dos liftings tradicionais, que se limitam à pele ou ao SMAS (Sistema Músculo Aponeurótico Superficial), o deep plane reposiciona músculos e ligamentos ainda mais profundos, especialmente no terço médio da face (que contempla a região dos olhos, nariz e bochechas).
Quase sem nenhuma superficialidade, a cirurgia estética busca restaurar a posição original de tecidos e gorduras do rosto que, com o envelhecimento, deslizam para baixo e criam o aspecto de “rosto cansado“. “O resultado é um rejuvenescimento mais natural, tridimensional e duradouro”, explica o cirurgião plástico Christian Ferreira.
Já Luciane Gemelli, cosmiatra e cirurgiã plástica, aponta que o pós-operatório e o tempo de recuperação do procedimento duram, em média, três semanas. “Essa fase é finalizada quando todos os pontos da cirurgia já foram removidos e a maior parte do edema (inchaço) e das equimoses (roxos) — que são normais durante esse período — já desapareceram.”, diz.

Quanto custa?
Embora mais complexa e com custo médio que varia entre R$ 40 mil e R$ 100 mil (a depender do profissional e complexidade do caso), a procura por esse tipo de intervenção estética tem crescido no Brasil — que, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS), liderou em 2023 o ranking mundial de países que mais realizam procedimentos estéticos, com cerca de 35 milhões já feitos.
O cirurgião Christian aponta, inclusive, que algumas pessoas têm recorrido a financiamentos para conseguir bancar um lifting facial, o que reforça o peso que a busca pelo remoçamento tem conquistado.
Conheça os riscos

Apesar dos resultados naturais e duradouros, o deep plane facelift apresenta possíveis perigos que precisam ser considerados, como:
- Hematomas, resultado do acúmulo de sangue sob a pele
- Infecção nas áreas de incisão
- Assimetria facial
- Lesão de nervos da face, podendo causar paralisia facial temporária ou permanente
- Cicatrização inadequada, com formação de cicatrizes visíveis ou queloides
Além disso, pacientes fumantes, hipertensos, diabéticos ou que já realizaram várias intervenções faciais precisam ficar em atenção, já que têm maior risco cirúrgico e anestésico. “Cada caso exige avaliação detalhada”, reforça Luciane Gemelli.
A busca pela falsa juventude eterna
Casos como o de Kris Jenner podem alimentar padrões irreais que fantasiam um envelhecimento perfeito, como se a beleza jovem pudesse – e tivesse – que ser imortal. Um exemplo disso é o filme “A Substância”, sobre Elisabeth Sparkle (Demi Moore), uma mulher de meia-idade que perde espaço para uma versão mais jovem em seu programa de TV e recorre a uma ‘poção mágica‘ de juventude eterna.
A produção vencedora do Oscar expõe o quanto a busca pelo rejuvenescimento a qualquer custo pode ser uma armadilha perigosa (tanto do ponto de vista físico quanto emocional).

A arte imita a vida
Tal reflexão, apesar de ter sido construída em um contexto fictício, também pode (e deve) ser aplicada na vida real. É o que explica Christian: “O lifting não impede o envelhecimento — ele trata sinais já instalados. A cirurgia deve restaurar harmonia e autoestima, e não ser vista como uma fórmula mágica. Existe beleza em envelhecer bem”.
O dermatologista Renato Soriani, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), ressalta que a cultura do “lifting mágico” cria expectativas fantasiosas, já que o envelhecimento é multifatorial e nenhum procedimento consegue revertê-lo completamente. Ele observa ainda que essa procura incansável pela perfeição estética pode se expandir em tecnologias como lasers, bioestimuladores e procedimentos não invasivos.
“O que importa, no final das contas, é o equilíbrio entre autoestima, bem-estar e segurança”, diz Renato. “Envelhecer com dignidade é um ato de autocuidado tão importante quanto qualquer procedimento.”
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