Natural do Recife, capital de Pernambuco, a Chef Hellida Kelsch nasceu e cresceu no bairro de Casa Amarela, uma região conhecida por seu potente comércio e por ser berço de uma cultura jovem, popular e vibrante.

 

Foi a cozinha, revelada entre pliés e sapatilhas de ballet, que abriu suas asas, levando-a para longe em busca de conhecimento, desafios e realizações.

 

De volta ao ninho da Zona Norte do Recife, a chef segue explorando seu talento, técnicas e insumos enquanto comanda as caçarolas do Oma Pâtisserie Bistrô, no bairro de Casa Forte.

 

Dona de uma cozinha autoral e contemporânea, o fato é que Hellida Kelsch ama o que faz. “Adoro comandar cozinhas artesanais com delicadeza, das entradas às sobremesas. Amo a boa mesa em geral”, revela ela para a Rede Food Service.

 

Relação com a gastronomia

 

A gastronomia entrou na vida de Hellida ainda na infância, porém, não de maneira tradicional. “Aos oito anos fui selecionada para uma companhia de ballet e tive que fazer vários biscoitos para vender e assim poder comprar o material e as sapatilhas. Daí em diante começou minha vivência com a cozinha”, relembra a chef, explicando que ela e a mãe vendiam juntas os biscoitos produzidos.

 

 

Ela conta ainda que isso durou muitos anos. “Não consegui viver da dança, mas segui cozinhando. Até que em 1991 abri uma delicatessen. Foi quando eu vi que a cozinha falava muito alto em minha vida”.

 

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Formação da Chef Hellida Kelsh

 

Ao longo de sua trajetória na gastronomia, Hellida Kelsch fez vários cursos de confeitaria artística. “Como comecei com doces e estava em evidências os bolos com confeitaria moderna, me especializei com vários cakes design de fora do Brasil, como Maisie Parrish, Debbie Brow, Peggy Porschen, entre outros”, diz.

 

 

Em 2002, ela conheceu o chef Laurent Suaudeau e isso mudou sua vida, definitivamente. “Fiz os módulos da Escola Laurent Suaudeau até me transformar numa cozinheira profissional, com a nomenclatura de chef e com vasta experiência em executar e dominar vários setores da culinária brasileira e internacional”.

 

Trajetória na gastronomia

 

Não demorou muito para a chef abrir as asas e alçar voos ainda maiores, para além das fronteiras nacionais. Em 2007 ela conquistou o seu primeiro estágio fora do país, mais especificamente na Alemanha, em um restaurante de cozinha mediterrânea.

 

“Em 2009, resolvi que gostaria de seguir adiante com uma cozinha de bistrô. Foi quando estagiei por uns dias no restaurante Pomodoro, em São Paulo. Depois, em 2012, resolvi abrir meu bistrô”.

 

A pernambucana morou em São Paulo durante um ano, ao longo desses meses, ela revela que teve a oportunidade de conhecer várias cozinhas, entre elas, as do Kinoshita, Attimo, Dom, Fasano, e ainda o trabalho de grandes chefs, referências na área, como Jefferson Rueda, Salvatore Loi, Murakami e o já citado Laurent Suaudeau.

 

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Estilo na cozinha da Chef Hellida Kelsh

 

Para a Chef Hellida Kelsch, uma coisa que não falta na sua cozinha é identidade. Na opinião da chef, essa é, sem dúvida, a principal característica do seu trabalho.

 

“Sempre desenho os meus pratos. Defino os aromas e a paleta de cores que desejo para impressionar o meu cliente. Faço pesquisas diante das temporadas. Nos lugares onde vou apresentar minha comida, gosto de entender os povos, as tradições, os comportamentos, e assim vem minhas inspirações junto aos insumos”, revela ela sobre o seu processo criativo.

 

Para a Rede Food Service, a chef ainda dá mais detalhes sobre suas criações gastronômicas. “Primeiro preciso entender para quem eu vou cozinhar. E entender o ambiente, que me inspira em tudo”.

 

Rotina e planos da Chef Hellida Kelsh

 

Atualmente, Hellida Kelsch atua como chef executiva do seu próprio estabelecimento, o Oma Pâtisserie Bistrô, localizado na Zona Norte do Recife. A casa, que existe há mais de 10 anos, tem como proposta encantar os clientes oferecendo uma cozinha autoral e todo o charme da boa mesa. Por lá, diariamente, é possível encontrar Hellida na cozinha e no contato direto com o público.

 

Além disso, a chef adianta que, ultimamente, também pensa em ter uma casa para cozinhar sob reservas. “A ideia é atender um grupo seleto, que saiba admirar a cozinha artesanal”, diz.

 

 

Para ela, uma cozinha menor permite que o profissional possa aplicar ainda mais identidade à comida. Nesse contexto, explorar e brincar com as sazonalidades também é um desejo da chef.

 

Ciente da importância da profissionalização no setor, Hellida também cultiva a ideia de realizar um projeto para ajudar cozinheiros e cozinheiras de praia em pontos essenciais para uma boa gastronomia, entre eles, a manipulação de alimentos, os preparos e técnicas de pratos tradicionais da cozinha brasileira e, ainda, a segurança alimentar.

 

“O objetivo é levar a criatividade para as mulheres praieiras e a sustentabilidade para os seus pratos”.

 

Mercado brasileiro

 

Quando questionada sobre o mercado brasileiro, Hellida Kelsch revela acreditar que, cada vez mais, os chefs estão passando por uma peneira que destaca os melhores, balançada, principalmente, pelo público.

 

“Os clientes estão cada vez mais atentos aos sabores, execuções e tendo consciência do que está por trás de cada restaurante. São clientes que entendem os insumos e sabem escolher, cada vez mais, o lugar onde desejam gastar o seu dinheiro, observando sempre o chef que conduz sua mesa”, explica.

 

Para ela, diante de um cenário com tanta tecnologia, também é fundamental que os profissionais da cozinha saibam fazer essa mistura entre gastronomia e modernidade com muita qualidade, para não se perder nos caminhos das panelas.

 

Dica da Chef Hellida Kelsh

 

Para quem deseja se aventurar no mundo da gastronomia, Hellida Kelsch aconselha ler o livro “Cartas a um Jovem Chef”, assinado por Laurent Suaudeau. Na obra, são apresentados textos escritos pelo chef para um jovem que está iniciando no ramo da culinária. Através de perguntas e respostas, Laurent divide conhecimentos.

 

“Também aconselho assistir ao seriado The Bear para que seja possível entender um pouco o que é ser um cozinheiro. No mais, leia muito, pesquise, se olhe no espelho e se pergunte se essa é a vida que você deseja, pois o glamour não existe. Tenha em mente que o amor e o compromisso com a cozinha vão além de tudo isso. É quando tenho que lavar, limpar e ver a minha casa toda pronta para o dia seguinte que tenho a certeza, a cada dia, que quero ser uma cozinheira”.

 

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