Nos últimos dias, uma onda de imagens transformadas em desenhos japoneses invadiu as redes sociais. A febre da trend do Studio Ghibli, impulsionada por uma atualização do ChatGPT, permite essa brincadeira visual. No entanto, o que parece inofensivo esconde efeitos colaterais preocupantes: alto consumo de água, manipulação política e debates sobre direitos autorais.
Como a criação de imagens no seu celular ou computador impacta o consumo de água?
A tecnologia do ChatGPT depende de data centers, que exigem resfriamento constante com grandes volumes de água. Para cada 100 palavras geradas, estima-se o uso de 500 ml de água. Uma única imagem no estilo Ghibli pode consumir de 2 a 3 litros. Multiplique isso pelos 300 milhões de usuários semanais do ChatGPT, e o impacto se torna alarmante.
Sam Altman, CEO da OpenAI, alertou sobre o problema: “Nossas GPUs estão derretendo. Vamos limitar temporariamente as gerações até tornarmos o sistema mais eficiente.” Ele também pediu moderação aos usuários, destacando o estresse da equipe.
Tática de manipulação política?

A trend também despertou o interesse de governos, que a utilizam para promover mensagens, por vezes controversas. A Casa Branca, por exemplo, usou a estética Ghibli para divulgar uma imagem manipulada de uma imigrante ilegal. Essa apropriação preocupa, pois a IA é central na estética do movimento MAGA, e a tendência é que outros órgãos oficiais sigam o exemplo.
As Forças de Defesa de Israel também aderiram à trend, buscando atrair atenção para suas causas.
No Brasil, a Polícia Militar de São Paulo tem publicado imagens de seus membros no estilo Ghibli.
Prejuízo à arte e violação de direitos autorais

O uso da IA para criar essas imagens também gerou críticas do cineasta Hayao Miyazaki, do Studio Ghibli, que considera a tecnologia um ‘insulto à vida’. Além disso, levanta questões sobre direitos autorais, já que a IA utiliza obras existentes como base para novas criações.
Em 2024, atores e músicos, como Julianne Moore e Thom Yorke, assinaram uma carta aberta criticando o ‘uso não licenciado de obras criativas’ para treinar modelos de IA, incluindo o ChatGPT.
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