A relação das mulheres com seus próprios cabelos é complexa. Da infância à vida adulta, nosso corpo passa por inúmeras transformações, mas a das madeixas certamente é uma das mais marcantes – e com Marina Santa Helena não foi diferente.
A comunicadora é uma das presenças confirmadas na Casa Clã 2025, que acontece nos dias 21 e 22 de março, e é o maior evento feminino da Editora Abril, celebrando o mês da mulher com uma série de conversas sobre as pautas mais importantes do universo feminino.
Ao lado da jornalista Aline Midlej, Marina – que é apresentadora dos podcasts Um Milkshake Chamado Wanda e Estilo Possível – irá participar de um talk sobre cabelos, liberdade e estilo. A conversa acontece no sábado, 22 de março, das 14h às 15h – garanta aqui sua participação gratuita. Afinal, falar dos cabelos parece simples, mas assumir os nossos fios naturais ou brincar com suas variações pode ser uma jornada e tanto!
Jornada capilar
Quem vê Marina hoje ostentar os fios belos e volumosos com muita segurança, não imagina que, ao longo de sua trajetória, seus cabelos foram motivo de conflitos internos. Na transição da infância para a adolescência, a podcaster viu seus fios lisos ondularem e, à época, não era fácil encontrar informações sobre como cuidar dos fios que não fossem lisos.
“Lembro que tinha uma festa de 15 anos de alguém para ir, e minha mãe me deu um dinheiro para eu ir ao salão fazer escova. Eu tinha mais um pouco de dinheiro que tinha guardado, e decidi fazer um relaxamento, era tipo um alisamento. Eu odiei, ficou esquisito, um liso artificial”, relembra.
Por não saber arrumar os fios ondulados, Marina passou muito tempo sem gostar da textura de seu cabelo. Em sua trajetória na televisão (Marina atuou por anos em frente aos programas da Mix TV), a apresentadora passou por diversas situações negativas com a finalização de seus fios, sempre feita por terceiros.

“Faziam muita escova para deixá-lo liso, e tinha umas partes que simplesmente não ficavam. Falavam que eu tinha que fazer progressiva só nessa parte aqui assim, onde fica mais baby hair“, e foi assim que decidiu fazer progressiva por duas vezes. “Mas chegou um momento que falei: ‘Gente, eu vou ter uma intoxicação com esse negócio aqui. Não tem a menor condição de fazer isso’”, conta sobre sua decisão de nunca mais fazer o procedimento que alisa o cabelo.
Autodescoberta
Como mãe de menina, Marina enxerga que um de seus papéis é mostrar para sua filha a beleza de suas particularidades. “Ela tem um cabelo supercacheado. Esses dias alguém falou para ela na escola que ela não poderia ter franja. Falei: ‘O quê?’”, conta sobre ter ficado indignada com a afirmação. Imediatamente, Marina mostrou para a filha inúmeras fotos de referências de cabelos cacheados com franja. Foi assim que menina contentou-se e logo decidiu que também queria cortar.
“Eu sempre tento exaltar a beleza dela. Eu aprendi a fazer trança e a mexer no cabelo dela, a fazer penteados, para ela entender que o cabelo dela é lindo do jeito que ele é. Então, é uma preocupação muito grande para mim.”
Enxergar referências é algo que Marina analisa que faltou no seu crescimento, já que as coisas antes eram bem diferentes. “É uma coisa que antigamente não existia, né?”, analisa sobre as referências de franjas cacheadas. “Eu lembro que a minha referência era o cabelo da Cleo Pires, que estava na novela e tinha um cabelo superliso. A cabeleireira me falou que meu cabelo nunca ficaria daquele jeito. À época, foi frustrante.”

Mas o passar dos anos foi generoso, e com o autoconhecimento veio também um novo olhar sobre si mesma. Passou também a se divertir e experimentar: teve cabelos longos, curtíssimos, em camadas, com franja, sem franja e de cores diferentes, do platinado ao preto.
“Fui entendendo melhor como arrumar o cabelo, comecei a gostar mais dele. Meu cabelo é igualzinho do meu pai, né? A minha mãe é negra, o meu pai era branco, eles tinham cabelos completamente diferentes. O meu irmão acabou puxando para minha mãe, e eu fiquei com o cabelo do meu pai. E até os fios brancos também!”
Cabelo também é liberdade

Hoje, aos 41 anos, Marina conta que os cabelos brancos surgiram cedo, aos 20 e poucos anos. E foi assim que se viu enfrentando mais um desafio nessa jornada com seus fios.
A comunicadora definitivamente não é uma fã de passar horas no salão e nem de frequentá-lo muitas vezes em sua rotina. Quando o número de fios grisalhos começaram a aumentar, ela logo correu para cobri-los com tinta.
“Primeiro, você tem que ir a cada três meses, depois viram dois, depois um. E quando você vai ver é toda semana”, desabafa sobre a frequência de cobrir os fios brancos. “Você fica refém, né? É um deslocamento, e você tem que ficar naquele ambiente de salão. Para mim não dá, não cabe na minha vida. Começa a virar uma prisão.”
Durante a isolamento causado pela pandemia de coronavírus, arriscou-se sozinha na pintura dos fios, e o resultado foi desafiador: “Eu fiz muita besteira na pandemia” – e quem não? Na tentativa de cobrir os fios brancos, Marina acabou ficando com cinco cores diferentes nos cabelos. Foi aí que decidiu que algo precisava mudar.
Com ajuda do cabeleireiro Didier Sé, Marina foi enxergando a possibilidade de não precisar mais ficar refém da ida frequente ao salão. Com mechas iluminadas, os fios brancos foram incorporados a um tom mais uniforme e acinzentado. “Meu medo era aderir ao grisalho, mas raiz crescer e ficar com aquela linha separando as duas cores”, conta. Com a solução proposta pelo especialista, os fios loiros e sutis quebram essa transição brusca.
Já ouvi comentários negativos. Já perguntaram: ‘Nossa, você não vai pintar esse cabelo?’. Pessoas que se sentiram no direito de falar isso, e que nem são amigos tão próximos
Marina Santa Helena
Infelizmente, como sempre observamos acontecer, Marina acabou passando por algumas situações incômodas com a decisão de abraçar os fios naturais. “Já ouvi comentários negativos. Já perguntaram: ‘Nossa, você não vai pintar esse cabelo?’. Pessoas que se sentiram no direito de falar isso, e que nem são amigos tão próximos, sabe? Então, isso me incomodava. Cheguei a pensar que meu cabelo deveria estar horrível. Porque essa pessoa, antes mesmo de dar bom dia, falar isso como a primeira coisa dita ao me ver.”
Em contrapartida, nas redes sociais, para seus quase 130 mil seguidores, Marina foi e segue sendo inspiração para outras mulheres que estão aprendendo a lidar com os fios brancos, ou até já estão no caminho para aderir aos grisalhos de uma vez por todas. Toda vez em que fala sobre o assunto, a influenciadora recebe uma enxurrada de agradecimentos por falar abertamente sobre o tema e também por dar algumas dicas de cuidados para esses fios, que possuem uma textura diferente do restante do cabelo.
“Eu tenho uma comunidade muito legal, principalmente de mulheres que se sentem inspiradas. Eu mesma busquei muitas referências. Mas eu não quero ser definida por isso. Quero também ter a liberdade de mudar. Tenho um cuidado muito grande de não ficar batendo nessa tecla, ‘hashtag penteado com cabelo grisalho’, não é isso. É o jeito que o meu cabelo está agora, sabe? Mas ele pode mudar também, eu posso mudar de ideia daqui a um tempo…”
Dicas para manter os fios saudáveis
Apesar de diminuir a exposição à tintura, Marina gosta de enfatizar a importância que tem dado aos cuidados com seus cabelos, que são essenciais para manter os fios descoloridos e também os grisalhos bonitos e saudáveis. Aqui, ela traz três dias que funcionam para ela:
- Hidratar muito o cabelo, de preferência toda semana;
- Ande sempre com um óleo reparador na bolsa, e utilize sempre que possível – isso ajuda a diminuir o frizz dos cabelos brancos;
- Alterne dois shampoos diferentes a cada lavagem para o cabelo não “acostumar”.
SOBRE A CASA CLÃ 2025

Pelo terceiro ano consecutivo, CLAUDIA e Boa Forma organizam a Casa Clã. O maior evento feminino da Editora Abril celebra o mês da mulher com uma série de conversas sobre as pautas mais importantes do universo feminino. Discutimos novos caminhos para o futuro e encaramos com honestidade problemas antigos, que pedem mudança.
Em 2025, a Casa Clã volta a ocupar o Casarão Higienópolis, um amplo imóvel de 2.300 metros quadrados em São Paulo, ao lado do Shopping Pátio Higienópolis. Para participar do evento, que acontece nos dias 21 e 22 de março, é preciso fazer um cadastro e retirar o ingresso gratuito no site do Sympla.
Entre as atrações confirmadas estão a mesa sobre transição de carreira, com Ana Paula Padrão, e o sarau de poesia da escritora Liana Ferraz. Veja a programação completa.
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