O Dia Internacional da Mulher vai muito além de homenagens e flores — é um momento de reflexão sobre conquistas, desafios e a luta por igualdade de gênero. Para algumas pessoas, a data carrega um significado especial, relembrando a importância da resistência feminina em diferentes áreas da sociedade. Para outras, é uma oportunidade de reforçar pautas urgentes, como direitos reprodutivos, representatividade e o combate à violência.
Abaixo, confira o depoimento de personalidades importantes da cultura, gastronomia, moda, negócios e política:
Bel Coelho
“Durante meu processo de letramento sobre igualdade de gênero, fui elaborando as violências e assédios pelos quais passei sem sequer olhar para trás. Percebi que, de alguma forma, sempre fui feminista — sobretudo na minha postura altiva e contestadora. Nunca pensei duas vezes em desacatar as convenções e protocolos que mulheres ‘devem seguir’, mas fazia tudo de forma reativa e não racional”, aponta a chef.
“Estudar e criar mais consciência sobre a luta me fez reorganizar as dores e revoltas, transformando-as em algo que contribua para o debate e para outras mulheres que enfrentam desafios semelhantes. Para mim, o Dia da Mulher é um momento de reflexão sobre essas trajetórias e sobre como podemos seguir fortalecendo umas às outras.”
Natalia Timerman
“Esse dia vem nos lembrar, todos os anos, que o que temos foi resultado de muita luta de quem veio antes, e que ainda há muito a ser conquistado, como condições iguais de salário, diminuição dos índices de feminicídio e ocupação equânime do espaço público. Ainda precisamos de muito esforço para garantir direitos, um esforço que precisa vir dos homens também. A luta das mulheres e pelas mulheres vem nos postando, junto de outras lutas, diante do desafio de não transformar a diferença em desigualdade.”
Julia Lemmertz
“Hoje, as mulheres começaram a sair do lugar de menos visibilidade, mas esse ainda é um caminho longuíssimo porque o mundo é feito por homens, para homens, com homens. Ainda vivemos algumas mazelas por causa de escolhas machistas, homofóbicas, misóginas e fascistas”, comenta a atriz.
“Por isso, o 8 de março não é uma data para ser comemorada, mas um momento de reafirmação da nossa força e da nossa importância. Se o mundo fosse gerido por mulheres, provavelmente a gente estaria em um lugar melhor do que estamos hoje. Falar da mulher é falar de humanidade.”
Camila Pitanga
“Sendo filha de quem eu sou, de Antônio Pitanga, de Vera Manhães e enteada de Benedita da Silva, é inescapável que eu tenha que me pensar como cidadã no mundo. Sendo mulher, então… Ser feminista e mulher constrói minha visão de mundo. Conquistei minha independência, minha autonomia, mas me importo com a vida de outras mulheres. A realidade da violência contra a mulher e da desigualdade de oportunidades para mulheres negras não é apenas um número, é algo que afunila as potencialidades do nosso país”, reflete a atriz.
“Engajar na luta antirracista e no feminismo é pensar um Brasil mais potente, mais igualitário e que vai beneficiar não só as mulheres, mas também os homens.”
Manuela d’Ávila
“Sou de uma geração de mulheres que acreditava, na adolescência, que todas as questões de gênero estavam resolvidas. Aos 23 anos, entrei na Câmara Municipal de Porto Alegre e lá minhas opiniões pouco valiam. Dois anos depois, já Deputada Federal, em Brasília, mesmo tendo a maior votação da história do meu estado, eu era tratada como uma jovem bonitinha – e não alguém que representava um sopro de renovação naquele espaço. O parlamento foi o meu primeiro grande encontro com o feminismo. O meu segundo foi a maternidade”, revela.
“Eu só consigo olhar o mundo a partir dessas duas lentes que se encontram e que se reforçam. A ideia de que a desigualdade se estrutura a partir de gênero e raça é evidente, mas uma parte importante dessas estruturas se dão a partir do trabalho reprodutivo. A maneira como isso é tratado apenas como amor acaba nos invisibilizando permanentemente.” A ex-deputada se junta a cantora Zélia Duncan, a atriz Mel Lisboa e a poeta Luiza Romão para uma apresentação sobre violência de gênero no Sesc Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 12 de março, das 19h às 21h.
Isa Silva
“Este é um dia que traz olhares e afetos para conquistas – o que deveria ser feito o ano todo. Sou filha, neta, bisneta, tataraneta de grandes mulheres. Nesta curva, também sou uma mulher trans em um país que mais mata mulheres travestis. Por isso, busco viver e resistir em plenitude. Mas, para que isso aconteça, precisamos estar mais unidas e nos amar cada vez mais. E lembre-se: acredite no seu Axé sempre.”
Sandra Chayo
“Para mim, essa data representa a importância de sermos autênticas, de lutarmos por nossos sonhos com coragem e determinação, e de continuar inspirando outras mulheres a fazerem o mesmo. Principalmente agora, com a internet, podemos ter um alcance ainda maior e influenciar positivamente muitas vidas”, diz a sócia diretora do Grupo HOPE.
“Entendi a importância de falar sobre isso quando comecei a participar de eventos externos, premiações e palestras sempre em meio a muitos homens. Isso me motivou a trazer a pauta no meu discurso com mais frequência.”
Bianca Giacomelli
“Na área gastronômica, o cenário é ainda muito machista. O que mais se vê é a valorização da aparência física, que é o que acaba sendo bastante considerado profissionalmente. No dia a dia, não faltam comentários maldosos e tudo aquilo que vem junto com a misoginia, mas o mais interessante é poder resistir a tudo isso”, pontua a restauratrice.
“Ser mulher nessa área e ser mãe atípica é uma condição da qual muito me orgulho. A vida da mãe atípica é muito complexa, cheia de dificuldades. Mas a recompensa vem dia após dia, com a oportunidade de aprendizado e resiliência.”
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