Em 2025, o setor de franquias de food service no Brasil continuará em processo de transformação, impulsionado por uma série de novas oportunidades e desafios. Com a resiliência e adaptabilidade como características centrais, as franquias buscam atender às mudanças nos comportamentos do consumidor, explorar novas tecnologias e otimizar seus modelos de negócios.
O ano promete crescimento e inovação, desde a forte expansão dos canais digitais até a adaptação de ofertas mais customizadas, com ênfase no delivery, take away e a personalização da experiência do cliente.
Especialistas e grandes players do mercado destacam o potencial de crescimento, mas também alertam para a necessidade de ajustes contínuos frente ao cenário econômico desafiador e à crescente demanda por soluções mais eficientes e sustentáveis.
Em um cenário de evolução acelerada, 2025 é o ano em que as franquias no fooo service precisam ser ágeis, estratégicas e focadas em oferecer uma experiência cada vez mais conectada e integrada com o consumidor. Confira.
O setor em 2025
Jae Ho Lee, diretor financeiro da Associação Brasileira de Franchising (ABF), explica que, em 2025, as franquias no food service irão continuar em transformação. “Isso tanto para acompanhar a mudança de comportamento e anseios do consumidor, como para ganhos de eficiência e inovação”, detalha.
Com mais de 30 anos de mercado, o especialista em franchising, varejo e empreendedorismo Adir Ribeiro, CEO e fundador da Praxis Business, uma consultoria especializada em franchising, explica que o mercado de franquias no food service tem demonstrado uma forte resiliência e adaptabilidade nos últimos anos, com perspectivas de crescimento em 2025, impactado pelo comportamento do consumidor e pelos ajustes nos modelos de negócios das franquias.
E o novo ano também traz consigo algumas oportunidades de negócio que devem ficar no radar das franquias no food service. O diretor financeiro da ABF, Jae Ho Lee, aponta, por exemplo, a forte retomada das atividades presenciais, incluindo aqui o setor de Turismo e Eventos, algo que gera grandes oportunidades para o setor.

“Isso porque há uma demanda reprimida ainda e agora contamos com mais recursos tecnológicos para oferecer uma experiência ainda melhor. Paralelamente, oportunidades no mundo digital, como as dark kitchens e aplicativos próprios, ainda trazem ganhos incrementais de faturamento representativos”.
Já quando o assunto são os desafios apresentados em 2025, o especialista Adir Ribeiro aponta que o principal deles é a tarefa das franqueadoras ajustar e atualizar os seus modelos de negócios para a nova realidade do mercado. “É necessário alinhar a parte digital e tecnológica para melhorar a experiência de compra do consumidor e, ao mesmo tempo, tornar esses modelos viáveis financeiramente, tendo em vista um mercado de economia de altos custos de insumos e imobiliários, entre outros, e a necessidade de lucratividade e rentabilidade, para que estimule os empreendedores na decisão de investir numa franquia”.
Para ele, no setor, também tem se tornado um desafio estruturar um suporte adequado e customizado para o momento de cada unidade franqueada, fazendo um atendimento segmentado que visa contribuir com a performance dos franqueados em geral. “Isso gera valor ao negócio, investidores e operadores, e, claro, para os consumidores também”, alerta.
Expectativas de crescimento
O diretor financeiro da ABF, Jae Ho Lee, conta para a Rede Food Service que o setor de franquias desenhou uma forte curva de crescimento nos últimos trimestres de 2024.
“Para 2025, mantemos as projeções otimistas, tanto pela trajetória atual, como pelo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e, principalmente, pelas altas taxas de emprego e o aumento da massa salarial, o que incentiva o consumo de forma bastante ampla”, diz o executivo, apontando que os segmentos de alimentação, saúde, beleza e bem-estar se beneficiam muito desse cenário, assim como outros serviços.
Esteja atento às tendências
Quando perguntado sobre as tendências que estarão em alta no ano novo, Jae Ho Lee, diretor financeiro da ABF, destaca o aprofundamento do delivery. “Especialmente em canais próprios”, diz ele.
O executivo ainda cita como fortes tendências para 2025 a revisão de cardápios, a digitalização de processos entre a franqueadora e o franqueado, e ainda o relacionamento com os consumidores.

Entre as tendências que devem ditar o ritmo do setor no novo ano, Adir Ribeiro, CEO e fundador da Praxis Business, cita a expansão do delivery e take away. “O delivery continua em alta, representando uma parcela significativa das vendas no food service. O take away também ganhou força, com consumidores priorizando conveniência”.
Com esse cenário, o especialista explica que aplicativos próprios e parcerias com plataformas de delivery se tornaram essenciais para atrair e fidelizar clientes, reforçando a importância do canal digital para os modelos de negócios.
Outro insight citado por Adir Ribeiro é a customização e personalização. Ele explica que coletar informações dos consumidores e montar estratégias e táticas que visam atender as preferências individuais, gerando benefícios como o cashback em compras futuras, tem sido fundamental na evolução do setor.
Ele também aponta que os formatos compactos e a expansão em cidades interiores devem estar em alta no mercado em 2025.
“O Brasil é um país continental, como sabemos, e onde tem necessidade de alimentação, tem potencial de consumo para redes de food service, porém, precisam ajustar seus modelos para torná-los atrativos e viáveis para implantar nessas cidades de menor tamanho e porte, ou seja, locais que tem menos saturação e concorrência. Além disso, franquias em formatos menores, como quiosques e dark kitchens, são alternativas para expandir com menor investimento”, explica o especialista.
Para Adir Ribeiro, o foco em experiência do consumidor também vem forte em 2025. “Integração entre canais físicos e digitais oferece uma experiência de compra mais fluida”. Ele conta que a omnicanalidade – estratégia de negócios que integra todos os canais de comunicação, vendas e atendimento de uma empresa – vem ganhando força e se torna imprescindível para os dias atuais.
“Outras tecnologias como self-service e pagamento via QR Code melhoram a experiência e aumentam a eficiência. Os totens de autoatendimento também”.

Segundo o especialista, como tendência, 2025 também traz oportunidades para nichos específicos. “Franquias que atendem nichos, como alimentação vegana, plant-based, comida étnica e menus funcionais, estão ganhando relevância, apesar do potencial de consumo ainda não ser tão relevante no país como um todo, isso está em linha com as principais tendências no mundo”, diz Adir Ribeiro.
E tem mais insights para 2025 ligados à tecnologia e à automação no setor. De acordo com o especialista, o uso de sistemas automatizados é importante para a gestão de estoque, previsão de demanda e atendimento ao cliente, já a análise de dados com IA pode prever tendências e ajustar ofertas em tempo real.
Como última dica de tendência, ele cita o fortalecimento de franquias regionais e locais. “O mercado está valorizando marcas locais com identidade cultural forte, o que também impulsiona a fidelidade dos clientes, trazendo mais percepção de regionalização e proximidade na experiência do consumidor”, aponta Adir Ribeiro.
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Regiões em destaque
Para investir ou expandir, é preciso ter conhecimento do que acontece em todo o país. E se tem uma região que continuará merecendo uma atenção extra em 2025 devido ao seu potencial econômico, ela é o Centro-Oeste.
Um estudo recente realizado pela ABF apontou que, precisamente, Goiânia e Goiás têm apresentado crescimentos acima da média nacional. “Principalmente pelo desenvolvimento do agronegócio e do consumo associado a ele”, explica o diretor financeiro da ABF, Jae Ho Lee.
Adir Ribeiro, especialista em franchising, varejo e empreendedorismo, também destaca o poder econômico do Centro-Oeste do país, alimentado pela agricultura e pecuária em geral. Mas também aponta o potencial de algumas localidades das regiões Norte e Nordeste do país.
Esteja atento.
Perfil do franqueado
CEO e fundador da Praxis Business, Adir Ribeiro comenta que o perfil do investidor de franquias tem evoluído consideravelmente. “Os investidores estão mais bem informados, realizam pesquisas de vários negócios, fazem comparações de modelos, se preparam muito para as conversas com as franqueadoras”.

Isso, na opinião do especialista, é muito positivo ao sistema de franchising brasileiro, porque traz uma forte evolução e melhoria das operações franqueadas. “Também amplia a profissionalização das franqueadoras e exige melhoria nos serviços prestados aos franqueados e nos modelos de negócios”, comenta.
Além disso, Adir Ribeiro ainda aponta que o setor continua em 2025 com o desafio estrutural de melhorar – e estimular – o comportamento empreendedor dos franqueados da rede. “Em geral, os franqueados tendem a não ter um protagonismo efetivo, apesar de ser seu próprio negócio. Ainda percebemos um alto grau de dependência da franqueadora e muito atrito na relação por conta de expectativas não atendidas”.
Dicas para novos investidores
Jae Ho Lee, diretor financeiro da ABF, dá um recado importante para quem deseja entrar para o setor em 2025. “O franchising é um modelo de negócio mais seguro e especialmente indicado para quem está empreendendo pela primeira vez, mas também traz obrigações. Então, precisamos manter o processo de avaliação completa na hora de investir”, alerta.
De acordo com ele, o primeiro passo é conhecer bem o setor de franquias. “Existem muitos cursos à disposição, na própria ABF e em entidades como o Sebrae, além de farto conteúdo online. O empreendedor precisa ter em mente que deixará de ser empregado e será um empresário, precisando se preparar também em conhecimentos de gestão, como estratégia de negócios, gestão de pessoas, financeiros, marketing e etc.”, detalha.
O segundo passo indicado por Jae Ho Lee é conhecer em profundidade o segmento em que se deseja atuar, incluindo o público-alvo e a área geográfica de operação. “Aqui o ideal é contar com pesquisas de mercado, visitas técnicas e até pequenas consultas a potenciais consumidores na área em que se pretende atuar. Hoje em dia é possível até fazer pequenas enquetes online que podem trazer insights importantes”.
E tem mais. Na opinião do diretor financeiro da ABF também é imprescindível estudar com cuidado as informações fornecidas pela rede, especialmente a Circular de Oferta de Franquia (COF), documento oficial que deve trazer uma série de informações previstas em lei.
“Inclusive, o novo marco regulatório do setor prevê um grau de transparência maior por parte da franqueadora. É preciso ficar atento a estes detalhes. Verificar se a rede é associada a ABF e se tem o Selo de Excelência em Franchising são indicativos positivos que podem ajudar nessa avaliação”, afirma Jae Ho Lee.
Para finalizar, o executivo explica que conversar com franqueados e ex-franqueados é outra abordagem importante, pois fornece detalhes da operação cotidiana.
“Outra dica importante é fazer uma avaliação ampla que abranja aspectos financeiros, de concorrência e riscos externos. Nesse sentido, avaliar a estratégia online das marcas e seus canais de venda digitais passou a ser um fator fundamental com a pandemia”.
Na visão dos grandes franqueadores
Tom Moreira Leite, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e presidente do Grupo Trigo, uma holding com marcas premiadas que buscam democratizar a boa culinária, com mais de 30 anos de experiência no ramo de alimentação, faz um balanço do setor em 2024 e aponta as (boas) expectativas para 2025.

“O mercado de franquias no Brasil apresenta perspectivas positivas para 2025, destacando-se como um dos segmentos mais resilientes e inovadores da economia. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor faturou mais de R$ 260 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em setembro de 2024, um crescimento de 14,4% em relação ao mesmo período de 2023”, diz ele.
Segundo o presidente do Grupo Trigo, esse desempenho robusto indica que investir em franquias pode ser uma opção promissora para empreendedores em 2025.
“Além disso, o setor tem se adaptado às novas demandas do mercado, incorporando inovações tecnológicas, práticas sustentáveis e modelos de negócio mais flexíveis, o que amplia as oportunidades de sucesso para os investidores”.
Já o cenário macroeconômico brasileiro, de acordo com Tom Moreira Leite, apresenta desafios em 2025. Entre eles, as altas taxas de juros e uma recuperação econômica ainda gradual. “Sendo assim, é fundamental que os empreendedores trabalhem com um planejamento financeiro conservador, revisem seus custos e despesas fixas e avaliem estratégias para otimizar o capital de giro”.
Quem também fala sobre o assunto é Fabiano Lima, diretor de expansão do Bob’s, marca operada pelo BFFC (Brazil Fast Food Corporation), um dos maiores grupos de food service da América Latina, com um sistema de mais de 1.159 pontos de venda no Brasil e faturamento de R$ 1,5 bilhão. O Bob’s, primeira rede de fast food e franquia de alimentação do Brasil, possui, atualmente, mais de 1.000 pontos de venda distribuídos em todas as regiões do Brasil.

Ao analisar o último ano e apontar as expectativas para os próximos meses, Fabiano Lima comenta que 2024 foi muito significativo para o Bob’s, uma vez que marcou a celebração do 40º aniversário da empresa no sistema de franquias.
“Isso nos proporcionou uma oportunidade de refletir sobre nossa trajetória e fortalecer nossa visão para o futuro. O setor brasileiro de franquias, de forma geral, tem mostrado um desempenho muito positivo. O franchising brasileiro continua a ser um mercado dinâmico e altamente adaptável, com grande capacidade de se ajustar rapidamente às necessidades e exigências do consumidor”, diz.
O diretor de expansão, inclusive, cita o alto crescimento de 14% no faturamento que o setor de food service registrou no terceiro trimestre de 2024, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). “O que reflete uma recuperação sólida e um otimismo crescente”.

Dessa forma, Fabiano Lima reforça que as expectativas continuam sendo positivas para 2025. “A transformação digital será um pilar essencial para a manutenção do ritmo de atualização e crescimento do Bob’s, como temos feito nos últimos anos. Nossa estratégia é continuar investindo em inovação, principalmente no aprimoramento da experiência do cliente em todos os pontos de contato com a marca. A digitalização é a chave para acompanhar a evolução das demandas do consumidor e manter nossa relevância no mercado”.
Alex BX Pinto, CMO e CTO do Grupo IMC (International Meal Company), uma das maiores plataformas de serviços de alimentação do país, com atuação também nos Estados Unidos, avalia que, no último ano, o setor de franquias no food service demonstrou resiliência e crescimento significativo, impulsionado pela retomada econômica, a expansão de novos formatos de negócios e, especialmente, pelo aumento da digitalização.
“O consumidor brasileiro tem buscado maior conveniência, o que favorece modelos como delivery e autoatendimento”, aponta ele.
Quando o assunto são as expectativas para o novo ano, ele diz: “Para 2025, é possível que enfrentemos desafios relacionados à inflação, o que impacta diretamente no custo de insumos, por exemplo. Como grupo, nos preparamos para cenários como esse, com planejamento estratégico e investimento em eficiência operacional, a fim de não ter repasse dessa taxa ao consumidor final”.
Expansão e novos franqueados
O presidente do Grupo Trigo, Tom Moreira Leite, explica que, atualmente, uma das principais estratégias para expandir as franquias da holding é tornar franqueados que já estão dentro da casa em um franqueado multi-unidades.
“Para isso, lançamos no último ano a Escola Multi Trigo, um projeto que selecionou 33 franqueados do Grupo Trigo de todo o país para participarem da primeira turma, com encontros presenciais e online, e aulas que incluem temas estratégicos para gestão de multinegócios. Além disso, para manter o padrão nos mais de 650 restaurantes, temos sido capazes de atrair franqueados que comungam de valores similares aos nossos”.

Para Fabiano Lima, diretor de expansão do Bob’s, a realidade é que uma marca por si só não garante o sucesso. “Para alcançar bons resultados, é fundamental unir nossa tradição com inovação constante e manter uma escuta ativa com nosso público interno, franqueados e consumidores. Nosso foco é sempre adaptar o modelo de negócios às novas necessidades do mercado e às tendências de consumo, o que tem nos permitido crescer de forma consciente”.
O executivo conta que, em 2024, o Bob’s teve um ano expressivo, com cerca de 300 pontos de venda, entre inaugurações e reformas, o que representou um crescimento de 10% em novas unidades na comparação com 2023. Com isso, os pontos de venda da marca chegaram a 23 estados e 16 novos municípios.
Fabiano Lima ainda revela que esse crescimento tem sido, em grande parte, orgânico, o que reflete diretamente o alto grau de satisfação dos franqueados. “Para nós, um franqueado feliz não apenas cresce conosco, mas também se torna um embaixador da marca, reforçando a nossa presença no mercado”.
Assim, quando o assunto é crescimento, o diretor de expansão aponta que, em 2025, o Bob’s busca atrair novos franqueados que compartilhem o mesmo compromisso da marca com a excelência operacional e com a experiência do consumidor.

“Nosso objetivo não é apenas expandir nos mercados onde já atuamos, mas também levar o Bob’s a novos municípios, dobrando nossa presença nos próximos cinco anos. Estamos à procura de empreendedores alinhados com nossa visão de crescimento sustentável e que estejam prontos para fazer parte da nossa história de sucesso”.
O CMO e CTO do Grupo IMC, Alex BX Pinto, explica que a empresa segue focada em simplificar estrategicamente suas operações e expandir suas marcas no país, bem como diversificar o formato de lojas.
“No último ano, o Grupo IMC contou com 571 lojas, expandindo 48 unidades (com expansão de 2 lojas de Pizza Hut e 8 de KFC no terceiro trimestre de 2024), e temos a meta de ampliar a nossa presença para mais regiões”, diz ele.
Sobre novos franqueados, Alex BX Pinto explica que o Grupo IMC busca empreendedores comprometidos com seus padrões de excelência operacional. “E que também compartilhem nossa visão de oferecer uma experiência de alta qualidade ao cliente. O suporte oferecido pelo Grupo IMC, aliado a uma análise criteriosa de mercado, garante que nossos franqueados tenham uma base sólida para o sucesso”.
Operações e negócios
Para Alex BX Pinto, CMO e CTO do Grupo IMC, o avanço da tecnologia e da inovação continuará moldando o setor.
“Modelos de operação que integram autoatendimento, aplicativos personalizados, cruzamento de dados e uso de inteligência artificial para prever tendências de consumo terão um impacto decisivo nas marcas. Além disso, o fortalecimento de ecossistemas omnichannel, permitindo ao cliente uma transição fluida entre diferentes pontos de contato, pode ser essencial para se destacar no mercado”.
A necessidade de flexibilidade nos modelos de negócios também é uma realidade que deve impactar o crescimento das franquias. De acordo com o diretor de expansão Fabiano Lima, a versatilidade do modelo de negócios do Bob’s permite à marca estar em cidades com populações a partir de 80 mil habitantes.
“Nosso modelo de negócio nos permite adaptabilidade a diferentes locais, tanto que nosso objetivo é estar presente em pontos com alto fluxo de pessoas, como postos de combustíveis, aeroportos, atacarejos e grandes avenidas e rodovias”.
Tecnologia, comportamento e experiência do consumidor
Sim. O comportamento do consumidor tem mudado nos últimos anos. E a mudança seguirá acontecendo. Por isso é importante estar preparado para atender as demandas.
Segundo Tom Moreira Leite, presidente do Grupo Trigo e da ABF, o comportamento do consumidor impacta diretamente o portfólio de serviços e/ou produtos de qualquer marca. Então é preciso estar atento.

“O mercado de varejo de alimentação passou por importantes transformações nos últimos anos, com os consumidores buscando cada vez mais qualidade, autenticidade, celeridade e experiências gastronômicas memoráveis”.
Tom Moreira Leite explica que o Grupo Trigo tem como prioridade a adoção de práticas que integram a responsabilidade social com eficiência operacional, buscando reduzir o impacto ambiental. “Temos uma parceria com o projeto Food to Save, de aproveitamento de alimentos e evitando o desperdício. Em nossa fábrica, também adotamos a reciclagem e compostagem, reforçando nosso compromisso com a economia circular”.
O executivo acredita ainda que o uso de ferramentas tecnológicas pode ajudar a reduzir custos e melhorar a experiência do cliente, algo que é o centro dos negócios do Grupo Trigo. “Por isso, temos um investimento contínuo em tecnologias que garantem, por exemplo, canais digitais eficientes e uma comunicação personalizada”.
Melhorias e atualizações são temas recorrentes entre os grandes franqueadores. Fabiano Lima, diretor de expansão do Bob’s, por exemplo, afirma que a marca está sempre em contato com a indústria para melhorar seus insumos. E exemplifica. “Quando a gordura trans foi proibida, nós fomos uma das primeiras redes a utilizar a gordura zero. Assim como a proteína 100% de origem vegetal, em que também fomos pioneiros. Percebemos essas tendências de produtos e insumos cada vez mais saudáveis e estamos preparados para as mudanças e adaptações necessárias para o consumidor ter a melhor experiência”.

A transformação digital também é uma realidade. E o Bob’s tem investido nisso, com foco na experiência do cliente em todas as suas possibilidades de interação com a marca.
“Fomos pioneiros em trazer totens de autoatendimento para o país. O aplicativo do Bob’s é um dos canais que mais se fortalece dentro da rede por aprimorar o relacionamento com o cliente, além dos atributos para uma venda identificada, por meio do uso de IA, e assim gerar valor por meio de promoções, campanhas e exclusividades”, revela Fabiano Lima. Até o momento do fechamento desta matéria, o Bob’s possuía aproximadamente 2,1M clientes cadastrados no programa de fidelidade da marca.
Alex BX Pinto, CMO e CTO do Grupo IMC, afirma que também está atento a essas mudanças. “No KFC, por exemplo, lançamos recentemente dois sabores diferentes de wrap, uma opção mais leve e versátil por conta da tortilha. Além de um novo sanduíche, o ‘Crunch Salad’, implementado no menu com uma nova oferta de valor e indulgência, para complemento e maior atratividade dos nossos clientes”, comenta.
O executivo revela ainda que, na Pizza Hut, o Grupo IMC mantém o compromisso de oferecer ingredientes frescos, como o preparo diário da massa pan em todos os restaurantes da rede. “Além disso, as novas embalagens de lasanha e penne da marca são recicláveis”.
Para Alex BX Pinto, adaptação é a chave. “Estamos constantemente ouvindo nossos consumidores e avaliando tendências globais para adaptá-las nacionalmente, para oferecer produtos, serviços e experiências que surpreendam, elevando o comprometimento e a essência das nossas marcas”.
De acordo com ele, a tecnologia está no centro das operações do Grupo IMC e a inovação continuará sendo uma prioridade para melhorar a experiência e atender às expectativas de um público cada vez mais conectado.
“Um ponto importante para todas as nossas marcas é que a inovação influencia diretamente nas experiências dos clientes, no sentido de um bom atendimento, de ainda mais qualidade, afinal, precisamos garantir ótimas vivências em nossos restaurantes e isso passa diretamente pelo atendimento dos nossos times de qualidade do produto e operação como um todo”.
O executivo, inclusive, dá um exemplo prático de tecnologia a serviço do negócio e da experiência do cliente citando os totens de autoatendimento do KFC, que representaram 40% das vendas digitais no terceiro trimestre de 2024. “Observamos um crescimento de 186% no período versus o ano anterior. Essas ferramentas não apenas oferecem agilidade, mas também personalizam a experiência do cliente. Para este ano, pretendemos lançar um aplicativo para o KFC”.
Sobre a Pizza Hut, Alex BX Pinto conta que a marca tem fortalecido as inovações no uso do aplicativo próprio, uma vez que nas compras realizadas pelo o app, o consumidor tem ainda mais vantagem do que nos demais agregadores.
“E no Frango Assado, o programa de fidelidade Fran-GO! Já conta com mais de 346 mil clientes cadastrados, respondendo a 6,9% de vendas nos restaurantes”, completa.
Estratégias de fidelização
Com a forte competição no setor de food service, fidelizar os clientes é essencial para continuar relevante no mercado. E os grandes franqueadores estão atentos a isso.
O presidente do Grupo Trigo e da ABF, Tom Moreira Leite, conta que, em um mercado cada vez mais disputado e com consumidores mais exigentes, fortalecer a conexão com os clientes é essencial para seguir proeminente.
“Fidelizar vai muito além de oferecer descontos e promoções; é sobre criar vínculos reais e experiências que tocam o coração. Estamos sempre em busca de novas maneiras de surpreender e encantar nossos clientes, fazendo com que se sintam realmente parte da nossa história”, diz ele.
Atualmente, o Grupo Trigo trabalha com cashback de 10% a 20%, utilizado como incentivo para o cliente retornar em até 30 dias para utilizar o benefício. “Porém, sabemos que apenas o transacional não é suficiente para criar um relacionamento duradouro”, aponta.
Com isso em mente, o presidente do Grupo Trigo explica que a holding segue evoluindo e trazendo recompensas que vão além. “Dessa forma, nossos clientes poderão resgatar experiências únicas e produtos exclusivos diretamente em nosso canal digital, com uma jornada prática e contínua, acesso fácil aos benefícios do Programa e uma comunicação personalizada. Esse novo formato reflete nosso compromisso em oferecer algo mais do que o básico, buscando construir uma conexão mais profunda com os nossos clientes”.
O diretor de expansão do Bob’s, Fabiano Lima, também afirma que a marca está sempre atenta aos movimentos do segmento, principalmente quando o assunto é o que os consumidores estão pedindo e o que desejam.
“O foco é transformar em realidade esse desejo, além de manter o público engajado com a marca, com novos sabores e combinações em edições limitadas com parcerias que impulsionam a exclusividade daquele produto e momento”, dá a dica.
O CMO e CTO do Grupo IMC, Alex BX Pinto, explica que eles têm evoluído e aprendido bastante com o programa de fidelidade do Frango Assado, o Fran-GO!, já citado acima. “Isso garante que cada experiência do cliente seja aprimorada e ainda mais personalizada. Por isso, iremos expandir o programa de fidelidade para as marcas KFC e Pizza Hut ainda este ano, de modo integrado à nossa solução de e-commerce”, revela.
Mercado para diferentes tamanhos
Julio Bertolucci é diretor de franquias da rede Água Doce Sabores do Brasil, atualmente com 80 unidades distribuídas em sete estados brasileiros. Para se adaptar ao mercado, ele explica que além do conceito de restaurante completo, a rede possui dois modelos com investimentos menores: a Água Doce Express, com um cardápio mais enxuto e foco em almoço, happy hour e jantar; e a Água Doce Delivery, focado nas entregas em domicílio e take away.

De acordo com o diretor de franquias, o cenário para o setor em 2025 é promissor, marcado pela resiliência e capacidade de adaptação. “Projetamos um crescimento entre 3% e 5%, impulsionado pela recuperação econômica gradual, maior confiança do consumidor e uma crescente valorização da experiência gastronômica brasileira”.
Julio aponta também que a tecnologia continuará sendo um fator determinante para o sucesso no mercado. “Aplicativos de delivery permanecerão como uma ferramenta essencial, enquanto a inteligência artificial oferecerá experiências de pedidos cada vez mais personalizadas. Tecnologias, como pagamentos por QR Code e comandas digitais, devem se consolidar como padrão. Além disso, a integração de sistemas de gestão com plataformas de delivery será indispensável para otimizar operações e melhorar resultados”.
Além do uso mais intenso da tecnologia para melhorar a experiência do cliente, ele ainda inclui outras quatro grandes tendências em sua leitura de mercado para 2025. São elas: comida brasileira autêntica; tecnologia nos processos e embalagens; experiências gastronômicas personalizadas; e opções mais saudáveis e sem álcool.

“Para acompanhar essas mudanças, estamos investindo em treinamento, desenvolvendo cardápios com ingredientes típicos e modernizando nossa plataforma tecnológica. Estamos reformulando nossa Universidade Corporativa para trazer maior capacitação aos franqueados, sobretudo para estratégias do negócio”, revela.
Entre os grandes desafios previstos para 2025, alguns já esperados, Julio Bertolucci destaca: a manutenção de margens de lucro frente à inflação, a adaptação rápida às mudanças tecnológicas, a retenção de talentos, a concorrência acirrada no mercado e os custos crescentes de insumos e logística.
“Nossa estratégia de crescimento será baseada em uma expansão inteligente, priorizando regiões estratégicas e apostando em um modelo que combina otimização, atendimento presencial e delivery. A digitalização dos processos continuará sendo uma prioridade, assim como a fidelização de clientes. A redução de custos por meio de soluções tecnológicas e parcerias também será fundamental, além do investimento constante na capacitação das equipes”.
Resumindo, a chave para o sucesso em 2025, de acordo com Julio Bertolucci, diretor de franquias da Água Doce Sabores do Brasil, está na flexibilidade, inovação e na conexão profunda da marca com os clientes. “Estamos otimistas e preparados para os desafios e oportunidades que virão”.
Reinaldo Varela, fundador e presidente do Divino Fogão, rede conhecida por sua qualidade e sabor genuinamente brasileiro, com mais de 218 pontos de vendas que incluem operações em shopping centers e o projeto de dark kitchen, voltado exclusivamente ao sistema de delivery, diz que o ano de 2024 foi marcante para a rede, com a inauguração de 30 unidades, o que representou um crescimento de 15% no número de lojas.

“Este resultado reflete um varejo aquecido, impulsionado pelo alto fluxo nos shoppings em praticamente todos os meses do ano, favorecendo diretamente nossas operações. Para 2025, acreditamos que o varejo continuará em expansão, criando oportunidades para a marca manter um ritmo consistente de crescimento. No entanto, estamos atentos aos desafios macroeconômicos, como a oscilação da economia, a reforma tributária e a alta do dólar, que podem impactar diretamente nos custos de construção de novas operações e nas despesas operacionais. Estamos nos preparando estrategicamente para navegar por esse cenário com resiliência e continuar entregando resultados sólidos”, diz ele.
O empresário explica que a rede entende que o delivery é um PDV (ponto de venda) de grande importância nos restaurantes. Principalmente quando se observa o aumento do consumo das gerações mais jovens, um público acostumado a fazer compras de forma online. “Cada vez mais precisamos estar inseridos nessa modalidade e levar a nossa ‘comida da fazenda’ para todos os públicos”.
De acordo com Reinaldo Varela, em 2024, o Divino Fogão passou da marca de 300 operações online, com o delivery da rede em praticamente todos os estados brasileiros, seja agregado aos restaurantes ou em projetos de dark kitchen da marca.
“Com o crescimento aquecido nos últimos anos, foi necessário enfrentar o desafio de otimizar e redesenhar alguns projetos de lojas que passaram por retrofit e que são novas para anexar o delivery, com o objetivo de continuar a excelência no atendimento no salão e online. Já em tecnologia, estamos investindo em plataforma de treinamento, como a Universidade Divino Fogão, para atualizar e aprimorar os colaboradores de forma eficiente. Na parte de atendimento, buscamos ferramentas de integração para atender todas as plataformas de marketplaces disponíveis no mercado”.

Ele aponta ainda que o uso de inteligência artificial será uma grande tendência em 2025, o que deve agregar eficiência e dinamismo às operações, com benefícios que vão desde a análise de dados estratégicos até a automatização de processos, como o autoatendimento.
“Essa transformação será acompanhada por uma maior integração entre marcas e consumidores, por meio de iniciativas em redes sociais que promovam conexão emocional e impacto social positivo. No Divino Fogão, já estamos alinhados com essas tendências. Priorizamos a presença ativa em causas relevantes, como a inclusão autista, realizando eventos de conscientização que promovem respeito e acolhimento a essa comunidade. Além disso, mantemos nosso compromisso com iniciativas sociais, como o tradicional Natal Feliz, realizado há mais de 30 anos. Esse evento reúne esforços de nossa equipe e de lojistas parceiros para proporcionar um dia especial às crianças carentes, com almoço, sobremesas, cinema, presentes e diversão. Essas ações reforçam nosso propósito de ir além do negócio e impactar positivamente a sociedade”.
Quando o assunto são os desafios para 2024, o fundador e presidente do Divino Fogão afirma que algumas das adversidades que marcaram 2024 devem continuar em 2025. Aqui, ele destaca a escassez de mão de obra qualificada, que afeta o varejo como um todo, e a inflação dos insumos, especialmente de proteínas.
“No Divino Fogão, a qualidade dos ingredientes é inegociável, e isso nos desafia a aprimorar continuamente a eficiência produtiva para preservar nossas margens sem comprometer a experiência do cliente. Superar esses desafios exigirá inovação, otimização de processos e um olhar atento às necessidades do mercado. Estamos confiantes de que, com planejamento estratégico, conseguiremos transformar essas adversidades em oportunidades de crescimento sustentável”.
Para continuar avançando em 2025, ele adianta que o Divino Fogão vai apostar no diferencial da marca: a oferta de comida caseira preparada diariamente com ingredientes de alta qualidade. Porém não para por aí. A ideia é unir tradição e modernidade para o sucesso.
“Essa tradição nos diferencia no mercado e continuará sendo nossa base. Mas há mais. Para enfrentar os desafios do setor, estamos implementando equipamentos mais modernos e eficientes, que reduzem o consumo de energia e óleo, além de aumentar a velocidade de preparo. Essa estratégia também reflete em uma menor necessidade de mão de obra, otimizando custos operacionais”, diz ele.
Reinaldo Varela destaca ainda outra frente de inovação desenvolvida em parceria com as áreas de gastronomia e arquitetura da rede, que criaram um modelo de loja capaz de atender até 30% mais clientes, simultaneamente, no mesmo espaço.
“Soma-se a isso o lançamento do ‘Sirva-se uma vez sem pesar’, um formato em que o cliente pode se servir à vontade por um preço fixo, eliminando a preocupação com o peso do prato. Essa modalidade, que complementa a venda por quilo já consolidada da marca, aumentou, em média, 25% as vendas nas unidades que aderiram. Essas estratégias refletem nossa capacidade de inovar sem abrir mão da essência que conquistou os clientes em todo o país, garantindo crescimento e rentabilidade sustentável para os próximos anos”.
O sucesso das franquias
Para recapitular, Tom Moreira Leite, presidente do Grupo Trigo e da Associação Brasileira de Franchising (ABF), deixa algumas dicas para os empresários do setor, com insights importantes sobre pontos de impacto no crescimento.
Em sua opinião, o sucesso das marcas de franquias em 2025 dependerá de inovações que conectem eficiência operacional com personalização e sustentabilidade. Confira:
- Digitalização avançada e automação: O uso de Inteligência Artificial (IA) e automação para prever demandas, gerenciar estoques e personalizar experiências do cliente será essencial. Modelos como drive-thru com IA, atendimento automatizado e sistemas integrados de CRM serão diferenciais.
- Omnicanalidade refinada: Franquias que conseguem oferecer uma experiência fluida entre canais físicos e digitais terão vantagem. Isso inclui aplicativos para entrega, compras online com retirada em loja (click & collect) e engajamento por redes sociais em tempo real.
- Modelos de operação flexíveis: Oferecer formatos adaptáveis, como dark kitchens, franquias modulares e operações em espaços compartilhados, ajudará marcas a se expandirem com menos investimento inicial e maior adaptabilidade ao mercado.
- Foco na sustentabilidade: As marcas que incorporarem práticas sustentáveis, como redução de desperdício, uso de materiais recicláveis e parcerias com fornecedores locais, conquistarão consumidores mais conscientes.
- Educação e desenvolvimento de franqueados: Programas robustos de capacitação contínua, como universidades corporativas, serão essenciais para melhorar a gestão das unidades e desenvolver lideranças no ecossistema das franquias.
- Engajamento comunitário e experiências locais: Franquias que adotarem um toque local, integrando elementos culturais e experiências personalizadas em cada comunidade, terão maior impacto e fidelização.
“Essas inovações, quando bem implementadas, aumentarão a eficiência, melhorarão a experiência do consumidor e fortalecerão o relacionamento entre franqueadores e franqueados”, afirma Tom Moreira Leite.
Aspectos legais para o setor
De acordo com Luiz Henrique do Amaral, diretor jurídico da ABF Rio, e Mariana Abenza, da comissão jurídica da ABF, não há previsão de mudança específica da legislação de franquias de food service prevista para 2025.
No entanto, há alterações legislativas que podem impactar o setor e diversas outras áreas, como, por exemplo, a reforma tributária. Mas há outras. Acompanhe:
I – Atendimento ao cliente e LGPD;
II – Relação de Trabalho;
III – Sustentabilidade;
IV – Uso de Inteligência Artificial (tradicional e generativa);
V – Regulamentação sobre o uso de dark kitchens, algo que pode exigir adaptações na própria operação dos estabelecimentos e, por consequência, na formatação do negócio franqueado.
“A questão mais latente no momento é a reforma tributária, que terá impacto em todos os segmentos e poderá afetar os custos operacionais dos estabelecimentos. Mas há, ainda, projetos de lei para regulamentação do uso de IA, além de discussões e propostas de mudanças na regulamentação de contratos de trabalho temporário e intermitente, bem como sobre a concessão de direitos trabalhistas aos profissionais de entrega por aplicativo, que demandam a atenção do segmento e, conforme se desenvolvam, poderão afetar as empresas do setor”, explicam.

Luiz Henrique do Amaral e Mariana Abenza citam como exemplo o estado de São Paulo, que regulamentou recentemente a instalação e o funcionamento de ghost kitchens. “E essa iniciativa pode ser adotada por outros estados, possivelmente de forma não uniforme”.
Segundo a dupla, o setor também pode ser impactado por projetos de lei relacionados a redução de uso de plástico e aumento de responsabilidade ambiental. “Esses pontos podem também obrigar estabelecimentos de food service a se adaptarem, passando a usar embalagens biodegradáveis ou reutilizáveis. Na mesma linha, projetos de lei sobre segurança alimentar também pode afetar diretamente o setor”, apontam.
Cuidados na hora de expandir
Os advogados Luiz Henrique do Amaral e Mariana Abenza explicam para a Rede Food Service que, além das preocupações usuais presentes em qualquer processo de expansão, como, por exemplo, se assegurar que a franqueadora esteja preparada e tenha estrutura para prestar a todos os franqueados (antigos e novos) o suporte e assistência contratualmente previstos e evitar uma expansão predatória da marca (canibalização), os franqueadores de food service devem se preparar e estar prontos para atualiza sua operação e se adequar de forma rápida e segura às alterações legislativas e jurisprudenciais que tenham impacto em seu negócio.
“Aqui, podemos citar, por exemplo, normas e boas práticas para uso de Inteligência Artificial no atendimento ao cliente, como os chats de atendimento e geração de imagem de produtos; privacidade e proteção de dados de clientes; além de cautela na estruturação de estratégia de expansão e divisão territorial para viabilizar o crescimento saudável da rede de forma compatível com o sistema e regras de entrega por meio de plataformas especializadas, se for o caso”.
Contratos de trabalho
Luiz Henrique do Amaral, diretor jurídico da ABF Rio, e Mariana Abenza, da comissão jurídica da ABF, apontam que outro possível grande desafio que deve estar no radar das franquias em 2025 é movimento referente às alterações em regimes de contratos de trabalho e concessão de proteções trabalhistas a entregadores de aplicativos.
“A área de food service é bastante regulada e constantemente sujeita a alterações legislativas que podem impactar o modelo de negócio e operações. É essencial que as empresas do setor acompanhem de perto as iniciativas e propostas de mudanças legislativas e estejam sempre bem assessoradas para adotarem, de forma mais segura e eficiente, as novas obrigações”.
O que observar nos contratos
É importante que os contratos de franquia estejam de acordo com as novas demandas do mercado de food service, concorda?
De acordo com os advogados Luiz Henrique do Amaral e Mariana Abenza, embora deva estabelecer obrigações precisas, os contratos de franquia, atualmente, também precisam garantir maior flexibilidade à operação. “Com previsão de possibilidade de atualização, em especial, quando a mudança a ser implementada não decorrer de opção das partes contratantes, mas sim de alterações legais”, explicam.
Nesse cenário, segundo a dupla, é importante que questões operacionais da rede possam ser rapidamente adaptadas pelo franqueador, por meio de atualização de manuais de operação, por exemplo.
“O contrato de franquia deve prever claramente essa possibilidade, estipulando prazo para adoção das novas regras pelos franqueados. Em todos os casos é essencial que fique contratualmente clara a assunção e divisão da responsabilidade de cada parte – franqueado e franqueador – sobre suas atividades e cumprimento das normais legais”.
Confira também aqui na Rede Food Service: Contrato de franquia: as 5 cláusulas para as quais você precisa ficar atento antes de assinar um
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