Confesso que nunca fui das pessoas mais aventureiras. Convite para trilha? Prefiro passar, obrigada. Sempre acabo tendendo a escolher destinos mais urbanos e permeados pelo conforto. Experiência com pitadas de emoção? Só se for a de provar algum prato novo.
Quando veio o convite para um parque aquático, encarei como a oportunidade de experimentar algo diferente. Afinal, minha última vez num toboágua deve ter acontecido há mais de vinte anos. Foi com isso em mente que parti para Rio Quente, município de Goiás a cerca de 27 quilômetros do Aeroporto de Caldas Novas. O destino, mais especificamente, seria o Hot Park, maior parque aquático com águas naturalmente quentes da América do Sul.
Apesar de estar tomada pelo espírito desbravador, fiquei bem feliz ao descobrir que minha viagem seria regada à sombra e água quente. Isso porque, em equilíbrio à agitação do parque, o Rio Quente Resorts dispõe de uma estrutura espalhada ao longo de 49,7 hectares que visa o relaxamento dos hóspedes. Ao chegar lá, minha maior surpresa foi descobrir como todas as instalações estão integradas à paisagem natural goiana.
Em meio à natureza
O resort apresenta seis opções de hotéis com valores e perfis diversos: Turismo, Pousada, Cristal, Giardino, Luppi e Eco Chalé. Todos incluem acesso ilimitado ao Hot Park, conectado ao resort, assim como o belíssimo Parque das Fontes.
Em meio à natureza do Cerrado, o complexo hoteleiro conta com oito piscinas de águas naturalmente quentinhas e que ficam abertas 24 horas — um mergulho noturno é altamente recomendado. As famosas águas quentes, que dão nome à cidade, chegam a 37,5°C e brotam de 18 nascentes, que garantem 6,5 milhões de litros de água por hora — e já, já vamos falar sobre como a responsabilidade ambiental está atrelada a esse dado.
Instalado em meio ao verde, o complexo se encarrega de garantir todas as mordomias para que os hóspedes não precisem se deslocar da cidade para absolutamente nada.
Por lá você encontra spa, quadra esportiva, loja de roupas e souvenirs, academia rodeada pela natureza, show ao vivo, restaurantes de culinárias diversas (recomendo fortemente os pratos com pequi) e também programação para as crianças, liderada pela Turminha da Zooeira.
A partir de um mundo lúdico, os personagens criados pela marca Aviva, detentora do complexo, ensinam conceitos de sustentabilidade aos pequenos.
Águas radicais
Como dica de uma principiante em parques temáticos, recomendo: vá aos poucos, mas não deixe de curtir tudo. A partir dessa estratégia, comecei pelo Hotibum, uma atração classificada como “familiar” — mas que entrega mais emoção do que você pode imaginar, garanto.
A estrutura de 5.400m2 tem duas piscinas, dez toboáguas, um balde gigante e mais 221 brinquedos, como sprays, jatos, rodas e cortinas d’água. Foi como voltar à infância.
Me sentindo mais corajosa, desbravei outras tantas atrações para iniciantes: fui do Lazer River (circuito em formato de rio com corrente leve e perfeito para descansar) até a paradisíaca Praia do Cerrado (espaço que simula o clima praiano, com direito a areia branca, orla de coqueiros e um “mar” com ondas e água quente).
Por fim, agora desprendida de qualquer medo, foi hora de encarar as opções mais extremas. No Xpirado, você escorrega a 30 km/h (sim!) num megatoboágua de 31 metros de altura. Já no Half Pipe, senti aquele frio na barriga irresistível ao descer de boia em queda livre no primeiro toboágua construído em forma de U no Brasil. Nada mal para uma iniciante, hein?
Fora das piscinas também tem diversão: megatirolesa, passeio de caiaque, mergulho e aerobike são algumas das opções que podem ser feitas à parte.
Abraço verde
Num espaço tão integrado ao Cerrado goiano, a relação do complexo não poderia ser outra a não ser de respeito pelo ambiente no qual está instalado. Ao longo de seus 60 anos, o Rio Quente Resorts encontrou diferentes formas de recompensar o uso do local e trazer também melhorias para a cidade.
Para a utilização das águas quentes, por exemplo, o empreendimento criou uma estação que recebe água de uma coletora de tratamento para reutilizá-la nos hotéis, lavanderias e parque.
Além disso, desde 2010 o complexo possui uma estação que minimiza impactos negativos e protege os mananciais, contando ainda com biodigestores para geração de energia, com cerca de 82% de eficiência no tratamento de efluentes.
Já a horta do Rio Quente Resorts produz cinco toneladas de verduras e legumes por mês, que são servidas nos bufês, tanto para clientes quanto para colaboradores — os alimentos excedentes da produção são doados para a comunidade do entorno e associados.
Vale ainda reservar um tempo para visitar o Projeto Ares, localizado dentro do Hot Park. O centro de educação ambiental resgata e reabilita espécies silvestres do Cerrado em situação de perigo.
São cerca de 139 animais, entre araras, macacos, tucanos, veados e muitos outros, todos cuidados pelos médicos veterinários e biólogos do Instituto de Pesquisa da Vida Silvestre, o @ipevisgo.
Como chegar?
A viagem de carro para Rio Quente saindo de São Paulo leva cerca de 10 horas. Já partindo do Rio de Janeiro são cerca de 16 horas de trajeto. No aéreo, é possível encontrar voos saindo da capital paulista direto para o Aeroporto de Caldas Novas. De lá, existem opções de transfer e ônibus para chegar a Rio Quente, em cerca de 30 minutos.
O Rio Quente Resorts conta com diferentes modelos de hospedagem. Ao lado, o Parque das Fontes revela piscinas naturais de água quente cobertas pela paisagem do Cerrado
O Hot Park tem atrações desde o Hotibum, para a família toda, até o Turbilhados, que garante emoção numa boia Além de simular uma praia com areia e ondas, o parque tem passeios radicais, como a tirolesa, e conexão com a natureza no Projeto Ares.
Agora que você sabe de todos detalhes, chegou a hora de arrumar as malas e partiu férias!
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