Quando se fala em vinho nacional, é possível que o Rio de Janeiro não seja lembrado como região produtora. Pois você vai se surpreender. Vinhedos estão surgindo na principalmente na Região Serrana e transformando conceitos de qualidade, comparaveis a muitos lugares já consagrados.
Um Exemplo é a cidade de Areal no Centro Fluminense, que esta se destacando por atrair o turismo e excelentes opções para amantes do bom vinho.
Na Região, um empreendimento em destaque, O Borgo del Vino, atualmente conhecido como um pedacinho da Toscana no Estado do Rio de Janeiro, o Borgo del Vino oferece também passeios entre as parreiras, degustação de tintos e brancos próprios, hotel, bar, restaurante e um túnel com adega subterrânea projetada para mais de 10.000 garrafas, que descansarão em temperatura controlada. Um lugar imperdivel.
Quanto a Produção de Vinhos, somente na Região Serrana, atualmente são mais de 34 Produtores. Neste contexto, é possivel afirmar que nasce uma nova Rota Gastronomica no estado. Pois, é observado além da Região Serrana, produções de uva nas regiões Norte e Noroeste com excelente qualidade. O cultivo de uvas vitis viníferas vem ganhando força no Rio de Janeiro tornando a produção de vinhos finos uma realidade no estado, segundo maior mercado consumidor da bebida no país. conforme dados da EMATER-RIO 2021, a agricultura fluminense conta com 22 produtores de uvas que juntos produzem mais de 70 mil toneladas da fruta ao ano.
Um grande amigo e especialista no assunto, Felipe Masid @masidfelipe, afirmou em uma publicação para o ConexãoSafra em janeiro de 2024 que, quem não se surpreende quando descobre que se produz vinho no Rio de Janeiro? Esse lugar é bom demais. Temos de tudo um pouco, bem próximo de nós. Que privilégio! A vinicultura é uma cultura milenar e venerada desde os tempos mais remotos da humanidade.
O clima do Rio de Janeiro é predominantemente tropical, com verões quentes e úmidos e invernos amenos. As condições climáticas variam entre as regiões do Estado, mas muitas áreas apresentam temperaturas moderadas e pluviosidade adequada para o cultivo de uvas viníferas.
Embora o Rio de Janeiro não seja tão reconhecido quanto outras regiões vinícolas no Brasil, como a Serra Gaúcha, vem aumentando o número de vinícolas em seu território. A Região Serrana, especialmente as cidades de Areal, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, possui condições climáticas e geográficas que favorecem o desenvolvimento das videiras. Clima ameno, estações bem definidas e altitude proporcionam um ambiente propício para o cultivo de variedades como Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay, entre outras. Com características voltadas ao enoturismo, que surgiu na esteira do turismo rural, a experiência nas vinícolas permite que os visitantes conheçam de perto o processo de produção dos vinhos, participem de degustações e apreciem a beleza das paisagens onde as videiras são cultivadas. A procura por viagens nos moldes do turismo rural só aumenta, com a busca constante pelo contato com a natureza e a valorização de produtos naturais, orgânicos, ou pouco manipulados ou industrializados, as linhas tipo “gourmet”, com excelência de qualidade.
Como “case” de sucesso cito a Vinícola Família Eloy, situada em uma propriedade no município de Areal, onde o pai José Carlos Eloy e seus dois filhos, Bernardo e José Carlos Filho, cultivam uvas das castas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Syrah, Pinot Noir, Tempranillo e a Sauvignon Blanc, destinadas à produção de vinhos de altíssima qualidade e reservada elegância e exclusividade. Para tornar única a experiência, a família recriou em sua propriedade um pedacinho da Itália, um lugar lindo e acolhedor inspirado na região italiana da Toscana chamado Borgo del Vino, onde proporcionam degustação e outras experiências gastronômicas aos seus clientes.
Nos cuidados com as videiras, utilizam o processo de dupla poda, que é um método que consiste na inversão do ciclo da videira pela realização de duas podas anuais, o que possibilita que o período de maturação e de colheita das uvas aconteça no período com menor incidência de chuvas e elevada amplitude térmica (diferença de temperatura entre o dia e a noite). Todo o processo é acompanhando bem de perto pelos proprietários e pelo Sommelier Diego Singulari. Diego informou que a colheita 2023 totalizou 13.000 kg, ressaltando que as uvas Syrah e Sauvignon Blanc tiveram destaque na adaptação ao terroir da região. Para consolidar as diferenças desse terroir, já se pensa em realizar os procedimentos para a solicitação de registro de Identidade Geográfica (IG), por meio do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), um processo composto de metodologia específica e estudos bastante detalhados, que visa ao reconhecimento apontando o diferencial da região.
Por fim, o Estado do Rio de Janeiro esta se transformando em um lugar onde se pode aproveitar o excelente clima da serra com excelentes vinhos locais.